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CIDADE & REGIÃO
05/02/2017
Vigilância prepara vacinação contra Febre Amarela
DA REDAÇÃO
O Serviço de Vigilância Epidemiológica de Penápolis está preparando uma campanha de vacinação dos moradores da zona rural contra a Febre Amarela. A aplicação da vacina ainda não tem data para acontecer, porém, os agentes da Vigilância já estão visitando os moradores que moram próximos as matas para um trabalho de orientação. Apesar de Penápolis nunca ter registrado um caso de febre amarela, a vacinação tem caráter preventivo, já que o Estado de São Paulo registrou três pacientes com a doença, um em Ubatuba, no litoral paulista, e dois em Diadema, na Grande São Paulo. Além desses casos, seis pessoas morreram por causa da doença nas cidades de Assis, Bauru, Botucatu, São José do Rio Preto, Batatais e Américo Brasiliense. O último balanço da Secretaria Estadual de Saúde cita duas mortes de casos autóctones nos municípios de Batatais e Américo Brasiliense. Os outros quatro casos de morte são importados, ou seja, as infecções ocorreram fora do Estado, todos em Minas Gerais. O Serviço de Vigilância Epidemiológica informa que a vacina também está a disposição dos moradores da zona urbana nas Macros de Saúde I (Jardim Eldorado), Macro II (Centro de Saúde) e Macro III (Santa Terezinha). A orientação é que para os interessados em receber a vacina apresentem a carteira de vacinação para a verificação de sua regularidade. Se não estiver, ela será atualizada não só em relação a febre amarela, mas, também há outras que fazem parte do calendário vacinal. Segundo Samir Subhi Salous, médico da Vigilância Epidemiológica, a febre amarela pode ser transmitida pelo mosquito haemagogus ou silvestres, que pica o macaco doente, adquire o vírus da febre e passa a transmitir a doença para outros macacos e para homem. “Isso ocorre com maior frequência entre os meses de dezembro e maio, quando fatores ambientais propiciam a proliferação desses insetos. Essa contaminação é mais comum em áreas próximas às matas, desde que haja o macaco e o mosquito silvestre, por isso, a decisão pela vacinação dos moradores da zona rural de nossa cidade”, disse. Na zona urbana, a transmissão da doença é feita pelo mosquito aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue, zika e chikungunya. “Neste caso, a pessoa que possa ter se contaminado em áreas de risco é picado pelo mosquito aedes, que adquire a doença e pode passar a contaminar outras pessoas. Cada mosquito pode transmitir a doença para até 20 pessoas por dia”, afirmou. O médico disse ainda que a vacinação é recomendada, pelo menos com dez dias de antecedência, para indivíduos a partir de 9 anos de idade, residentes ou que se dirijam para áreas ribeirinhas e de mata. Ela deve ser aplicada também em pessoas que pretendem viajar para áreas de risco, áreas com ocorrência de casos humanos, assim como em adeptos do ecoturismo ou turismo rural e trabalhadores que adentram as matas da região. Ela é contraindicada para crianças menores de seis meses, portadores de imunodeficiência congênita ou adquirida, neoplasia maligna, pacientes infectados pelo vírus HIV com alteração imunológica, pacientes em terapêutica imunodepressora: quimioterapia, radioterapia, corticoide em doses elevadas, gestantes, salvo em situações de alto risco de exposição e pessoas com história de uma ou mais das seguintes manifestações anafiláticas: urticária, sibilos, edema de lábios, hipotensão e laringoespasmo. O médico ressaltou ainda que os principais sintomas da doença são febre alta, dores de cabeça e musculares, calafrios, náuseas, vômitos e prostração. Quando a febre amarela evolui para as formas graves, há comprometimento do fígado e dos rins. O tratamento é apenas sintomático, com cuidadosa assistência ao paciente que, sob hospitalização, deve permanecer em repouso, com reposição de líquidos e das perdas sanguíneas, quando indicado. Nas formas graves, o paciente deve ser atendido em Unidade de Terapia Intensiva, com vista a reduzir as complicações e o risco de óbito.
Prevenção
Salous considera que a vacinação é importante, no entanto, a prevenção é fundamental. “Temos que manter nossos ambientes limpos e recipientes sem água. Sem locais propícios a proliferação do mosquito, não haverá mosquito e consequentemente não teremos febre amarela, dengue e nem outras doenças”, afirmou. Desde 2009, o Estado de São Paulo não tinha casos de febre amarela. Naquela ano foram 28 casos confirmados e 11 mortes. Para a encarregada do Serviço de Vigilância Epidemiológica, Lucimari Domingues Oliveira, a população tem papel especial na eliminação dos criadouros do mosquito, no entanto, a equipe tem realizado um trabalho casa a casa de combate ao aedes. “São 80 agentes de saúde que visitam as residências, orientando os moradores e eliminando criadouros, de segunda à sexta-feira e também durante dois sábados de cada mês”, disse. Nas visitas domiciliares, o principal foco de mosquitos tem sido encontrados em ralos e bebedouros, porém, vasos de flores e calhas, também acumulam água e servem de criadouros. Lucimari revelou ainda que dez agentes de vigilância também estão empenhados na tarefa de bloqueio de criadouros e medição de densidade larvária. Se em relação a febre amarela a situação em Penápolis é tranquila, o mesmo não se aplica a dengue e zika. Somente este ano há 25 casos suspeitos de dengue e seis de zika, porém, nenhum ainda confirmado. Ela demonstra preocupação com a situação, já que nas visitas tem sido encontrada grande quantidade de larvas. Na próxima semana a Secretaria Estadual de Saúde deve divulgar o indicador que aponta o índice de larvas na cidade, conhecido como Breteau. O número aceitável deve ser menor que um, porém, Lucimari acredita que em Penápolis ele será maior. “Em Araçatuba o índice já foi divulgado e ficou em 7, por isso, em função da proximidade entre as cidades, acredito que também teremos um índice acima do aceitável”, revelou. A Lei 2.041 de 25 de fevereiro de 2015 prevê multa para os proprietários de residências onde são encontradas larvas, no entanto, desde a sua aprovação não houve nenhum punição em dinheiro, somente notificação para limpeza dos imóveis. Lucimari reforçou que a Vigilância Epidemiológica está fazendo a sua parte, no entanto, “contamos com a colaboração da população para que tenhamos a situação sob controle”, finalizou.
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