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CIDADE & REGIÃO
01/05/2011
Sarau de Vitor Garbelotto homenageia Radamés Gnattali
DA REPORTAGEM
Muitas pessoas tiveram a oportunidade, na sexta-feira, 29, de apreciar o talento de um violonista que vem conquistando o público e críticos em todo o país, o Catarinense Vitor Garbelotto, nascido na cidade de Criciúma. Ele começou a gostar de violão muito cedo e aos 10 anos deu seus primeiros acordes, e começou a aprender tocando músicas de tablóides e “tirando” as notas através da audição. Com 19 anos, tentou a carreira profissional na área da medicina, porém, deixou a Faculdade Federal de Santa Catarina para se dedicar aos estudos da música e se aperfeiçoar no violão. Em entrevista exclusiva ao jornal Diário de Penápolis, Vitor comentou um pouco sobre sua carreira e falou da surpresa com o sucesso que vem obtendo nos últimos anos. “É uma coisa que ainda preciso me acostumar, não imaginava que teria meu trabalho reconhecido de forma tão positiva como está acontecendo”, comentou. Ele é bacharel em Música pela Unicamp, e já teve renomados professores da música como Daniel Wollf, Ulisses Rocha, Paulo Martelli, Gisela Nogueira, Henrique Pinto, Marisa Ramires e Fábio Zanon. Vitor lançou seu CD de maior sucesso no ano passado. O "Radamés Gnattali – Integral para violão solo", traz a obra integral do compositor que dá nome ao álbum, todas tocadas pelo jovem músico. “Eu não conhecia os trabalhos de Radamés, uma vez ouvi uma de suas músicas e simplesmente me apaixonei, foi algo inexplicável”, revelou. Radamés morreu em 1988 e em 2006 foi comemorado o centenário de seu nascimento. Vitor, por sua vez, tinha aí o início de seu novo álbum. “Radamés baseava sua música erudita na música urbana, então era comum que se tocasse algo parecido com o samba, MPB, entre outros, o que fascinava muita gente”, comentou. Ele contou que até 2006 haviam muitas interpretações das músicas de Radamés, porém, nenhuma em violão solo. “Mas como se tratava de seu centenário, tinha certeza que criariam algo desse tipo para homenageá-lo, mas nada foi feito, nem mesmo nos anos posteriores, foi aí que resolvi criar algo que poderia ser inovador”, ressaltou. A partir daí, Vitor começou seu trabalho que terminaria apenas em 2010, com o lançamento do primeiro CD com violão solo com a interpretação de Radamés Gnattali.
Prêmios
Com o lançamento de seu novo álbum, Vitor começou a ser alvo de grandes críticos da música brasileira, que mostravam muito otimismo com a nova interpretação das músicas de Radamés. Comentários como: “Foi uma grande alegria ouvir o CD! Brilhante mas respeitoso com as idéias do grande Radamés! Ele ficaria muito feliz com esta gravação, tenho certeza” de Turíbio Santos; Violonista e Diretor do Museu Villa-Lobos e “Com empenho e dedicação, (Garbelotto) produziu um disco que nada deve aos grandes nomes do seu instrumento”, de Irineu Franco Perpétuo em critica à Folha de São Paulo, renderam à Vitor o Prêmio APCA 2010 na categoria Revelação em música Erudita. A premiação ocorreu em março deste ano. “Fiquei muito feliz ao saber do prêmio, não esperava, apenas tinha feito algo que me inspirou e que havia me chamado muito a atenção”, revelou. Recentemente ele também foi indicado ao prêmio Musica Brasileira, realizado a 22 anos e que tem o objetivo de valorizar artistas consagrados e também novos talentos. Tais reconhecimentos proporcionaram a Vitor se firmar ainda mais no cenário violonístico brasileiro como um dos grandes talentos da nova geração.
Apresentação
Vitor Garbelotto se apresentou na sexta-feira, 29, no Teatro Lúmine, em Penápolis. O show que durou uma hora, é um prêmio da ProAC 2010, da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo e que concede apresentações do músico em várias cidades do Estado, e contou com a parceria da Prefeitura Municipal de Penápolis através da Secretaria de Cultura para que a apresentação também fosse realizada na cidade. No concerto, a obra de Gnattali vem acompanhada de sambas, choros e valsas de compositores como Paulinho da Viola, Tom Jobim, Raphael Rabello e Garoto. E entre uma música e outra, as histórias do compositor gaúcho e de seus tantos amigos, que ora dedicavam-lhe composições, ora se diziam apadrinhados por essa emblemática figura da Música Brasileira. “O que tenho encontrado pelos lugares em que me apresento é a necessidade de cultura, as pessoas precisam valorizar a cultura brasileira, afinal ela está nas mãos do público, basta escolher”, comentou. Vitor aproveitou para agradecer a oportunidade de se apresentar em várias cidades do Estado. “Fico muito feliz em fazer parte deste projeto, a recepção do público está sendo muito positiva e o apoio das prefeituras é fundamental”, finalizou. Os trabalhos de Vitor Garbelotto podem ser conferidos através do site www.myspace.com/vitorgarbelotto. (Rafael Machi)
Radamés Gnattli
Nasceu no dia 27 de janeiro de 1906, em Porto Alegre-RS. A educação escolar de Radamés durou apenas até os 14 anos de idade; rebelde, desleixado nos estudos, acabou convencendo o pai a largar tudo para se dedicar à música. Nessa época, já estudava violino com a prima e concertista Olga Fossati. Fez exame para o Conservatório Musical de Porto Alegre (mais tarde, Escola de Belas Artes, hoje Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e, apenas com a formação caseira, foi aprovado para ingressar no quinto ano de piano. Ali estudou para seguir carreira de concertista, tocando Bach, Chopin e Beethoven durante nove anos. Já compôs e tocou ao lado de grandes músicos nacionais e internacionais. Foi contemporâneo de compositores como Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Anacleto de Medeiros e Pixinguinha. Em janeiro de 1983, recebeu o Prêmio Shell na categoria de música erudita; na ocasião, foi homenageado com um concerto no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com a participação da Orquestra Sinfônica daquele estado, Duo Assad e da Camerata Carioca. Em maio do mesmo ano, numa série de eventos em homenagem a Pixinguinha, Radamés e Elizeth Cardoso apresentaram o recital Uma Rosa para Pixinguinha e, em parceria com a Camerata Carioca, gravou o disco Vivaldi e Pixinguinha. A saúde começou a fraquejar em 1986, quando Radamés sofreu um derrame que o deixou com o lado direito do corpo paralisado. Em 1988, em decorrência de problemas circulatórios, sofreu outro derrame, falecendo no dia 13 de fevereiro de 1988 na cidade do Rio de Janeiro.
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