Rumo ao Centenário: Cidade sofreu transformação em quase um século

Com o início da contagem regressiva para a chegada do aniversário de um século de existência de Penápolis, que acontecerá no dia 25 de outubro de 2008, a partir de hoje o Diário de Penápolis irá resgatar, através de depoimentos de antigos moradores, um pouco da história do município, que está guardada nas memórias destas pessoas. Vários fatos são interessantes, como uma divisão de classe social que existia há várias décadas durante os encontros dos jovens e da luta da administração municipal em manter a linha férrea cortando a área central da cidade. Segundo o aposentado Christobal Lledo Viúdes (foto), 78 anos, nascido em Penápolis, a separação consistia entre os ricos, os representantes da classe média e os pobres, sendo que cada jovem, sabendo de sua posição social, adentrava apenas na faixa da qual pertencia. Este “point” da cidade ocorria na avenida Luís Osório, defronte onde hoje está instalado a agência do Banespa.

Na época o cinema da cidade, o São Benedito, localizava-se nesta esquina. “Cada jovem respeitava a classe do outro e evitava se ‘misturar’”, destacou Christobal. Outro fato interessante narrado por ele é quanto à linha férrea que é motivo de luta do atual prefeito, João Luís dos Santos, para sua retirada. Na gestão de Nagib Sabino os trilhos seriam retirados e passariam pelo bairro do Urutágua em direção à Glicério. Num ponto próximo à Penápolis seria construída a Estação Ferroviária. Era interesse dos responsáveis pela ferrovia evitar curvas e encurtar o caminho entre as cidades atendidas. Mas, como na época a ferrovia era um dos principais meios de transporte da população, Nagib Sabino teria entrado na luta pela permanência no local. Até então o comércio penapolense era o principal privilegiado com a chegada e partida das composições que andavam lotadas. Atualmente, com o declínio da ferrovia, que culminou com a extinção dos trens de passageiros, a linha constitui-se num problema para a população. (SRF)