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CIDADE & REGIÃO
12/02/2009
Prostituição infantil e uso de droga crescem na cidade
Segundo balanço divulgado pelo Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente de Penápolis, a prostituição infantil e o uso de drogas, das mais variadas espécies, tiveram um aumento entre os jovens, de forma significativa durante o ano passado. O balanço anual foi divulgado ontem e, segundo a coordenadora do órgão, Yolanda Barthmann Bachiega, oito adolescentes, uma delas com idade inferior a 13 anos, foram surpreendidas comercializando o próprio corpo. A desestruturação do lar, aliado a problemas financeiros, segundo Yolanda, são os principais responsáveis por este acréscimo. “Infelizmente os familiares, em muitos casos, não se aperceberam que cabe a eles tomarem a rédea na conduta do lar”, afirmou a coordenadora.
Sem o devido pulso firme dos pais, para a coordenadora, as crianças e adolescentes acabam encontrando facilidades para se aventurarem no mundo do crime. Segundo Yolanda, os oito casos referem-se apenas aos que chegaram ao conhecimento dos conselheiros. “Muitos casos ainda não foram descobertos ou estão sendo investigados pela Delegacia de Defesa da Mulher”, sugerindo que o número de crianças, em especial do sexo feminino, que se prostituem ou consumem entorpecentes, é bem maior.
Yolanda ressaltou que as adolescentes alegam como principal causa para entrarem na prostituição o comportamento familiar. “A falta de estrutura no lar, alegam as meninas, são as principais causas apontadas para que vendam o corpo”, explicou a coordenadora do Conselho Tutelar.
Segundo Yolanda, muitas famílias, quando já não conseguem dominar a rebeldia dos filhos, levam o problema para as conselheiras. “As mães dão a entender que ao passar o problema estão dizendo: ‘Toma que o filho é teu’, mas não entendem que a função de educar os jovens está com os pais. O dia que a família tiver o domínio sobre seus filhos, o convívio irá melhorar”, salientou.
Abusos
O relatório anual aponta ainda outra preocupação de violência contra os jovens. No período foram registrados 13 casos de abusos sexuais, onde os acusados em sua grande maioria eram pessoas da própria família ou do convívio familiar.
Estes são os dados fornecidos pelo Conselho:
Baixa freqüência escolar 170
Distúrbio de comportamento 05
Conflito familiar 158
Maus tratos familiar 125
Espancamento 10
Ato infracional 28
Solicitação de clínica (drogadição) 18
Prostituição 08
Tentativa de suicídio 0
Abandono 22
Trabalho infantil 01
Má conduta escolar 98
Abuso sexual 13
Fuga do lar 30
Detidos 08
Vaga escolar 43
Má conduta familiar 55
Adolescentes sem limites 113
Reuniões
Yolanda destacou que duas reuniões realizadas com promotores e juízes durante o ano foram de grande importância para conter alguns jovens que apresentavam problemas na escola. “Muitos deles retornaram para a escola e apresentaram uma boa disciplina”, comentou a coordenadora. O Conselho Tutelar está funcionando na 1ª Casa de Penápolis, mas em breve estará sendo transferido para a avenida Adolfo Hecht, número 43, local onde até recentemente funcionava a Associação dos Aposentados e Pensionistas de Penápolis. (SRF)
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