Professor autografa livros ilustrados pelos alunos

Aproveitando a data de ontem, quando foi comemorado em todo o país o Dia da Consciência Negra, professores de duas turmas da 4ª série da escola Augusto Pereira de Moraes realizaram uma manhã de autógrafo com o professor José Roberto Martins, conhecido como “Beto”, que escreveu o livro “O fantástico patinho preto”, abordando o preconceito racial.

Além dos autógrafos e do lanche servido aos presentes, o evento, realizado numa sala de aula, contou com a visita das assistentes pedagógicas da Diretoria de Ensino de Birigui, Vera Sassi e Elizete Buranello Peres.

Incluído nas atividades desenvolvidas em sala de aula, o livro, que não foi publicado oficialmente, mas apenas impresso em computador, recebeu ilustrações dos próprios alunos, resultando em trabalhos individuais, de acordo com as impressões de cada criança quanto à leitura realizada anteriormente.

Conforme explicações da professora e coordenadora da escola, Márcia Monteiro Manzano, o texto foi muito trabalhado pelos professores durante o segundo semestre, seguindo a proposta do tema “preconceito” já desenvolvida também na primeira metade do ano letivo. Ela revelou ainda que esta temática segue proposta oferecida durante o curso de capacitação chamado “Educando pela Diferença, para a Igualdade”, realizada via tele conferência em Araçatuba no ano passado, do qual participaram alguns professores do ensino básico e de História e Geografia. “O objetivo do curso foi sensibilizar e capacitar educandos para a discussão da questão da diversidade étnico-racial como parte do currículo escolar, mostrando a história e a cultura africanas”, comentou Márcia. Ela disse ainda que o livro despertou interesse na equipe realizadora do projeto, sendo levado para a Secretaria de Saúde de São Paulo e Universidade de São Carlos. Estas cópias receberam ilustrações da professora Paula Cristina Veronese.

Criatividade

Formado em História, professor de educação básica I e com 23 anos de experiência na área da educação, o autor do livro inspirou-se nas reflexões feitas durante o curso e alimentou a idéia de trabalhar com as crianças através da leitura. Seu livro trata do preconceito existente dentro da própria família por conta de valores adquiridos com o tempo e também por influência da mídia. Segundo ele, o trabalho não chega a ser uma releitura de “O patinho feio”, mas carrega alguns aspectos do clássico infantil. “Em ‘O patinho feio’, o pato acaba se tornando um grande cisne, e, assim, se livra das situações preconceituosas. Já o patinho deste livro continua como nasceu, mas ele se transforma em vencedor depois de superar obstáculos”, explicou Beto, que classificou o sucesso do livro entre os alunos como surpreendente. “Não imaginava que havia tanto envolvimento, que as crianças demonstrariam tanta sensibilidade”, disse ele, “Atingimos o objetivo de chamar a atenção para uma realidade e despertar personalidades de caráter positivo quanto à ética e a moral”, finalizou o professor. Como próxima etapa, as crianças farão a leitura do livro à classe especial de deficientes visuais, formada por dez alunos. (AR)