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CIDADE & REGIÃO
01/05/2020
Prejuízos: Quarentena obriga Dia das Mães ter comércio fechado
DA REPORTAGEM
A Federação do Comércio do Estado de São Paulo, a Fecomércio, divulgou nesta semana que com a queda nas vendas do Dia das Mães neste período de quarentena, o comércio paulista deverá ter um prejuízo de R$ 3,7 bilhões.
Na comparação com o mesmo período de 2019, o mês de maio deve fechar com recuo de 31%, e as perdas podem chegar a R$ 19,3 bilhões
Por conta da quarentena estabelecida até o próximo dia 10 de maio em todo o Estado de São Paulo, grande parte dos estabelecimentos comerciais estará de portas fechadas. A segunda melhor data para o comércio, atrás apenas do Natal, costumava promover alavancagem das vendas no mês de maio. No entanto, com o atual cenário, a FecomercioSP prevê queda de 31% nas vendas da temporada. Só na semana do Dia das Mães, deve haver prejuízo de R$ 3,7 bilhões. Para o mês, a baixa tende a atingir R$ 19,3 bilhões, menor patamar já observado.
Para calcular o recuo de vendas na data comemorativa, a Federação contabilizou o desempenho de cinco segmentos que, habitualmente, registram altas nesse período: lojas de móveis e decoração (-92%); eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamento (-82%); lojas de vestuário e calçados (-72%); supermercados (-14%); farmácias e perfumarias (-3%).
A estimativa da FecomercioSP considera as vendas que serão realizadas por delivery, internet e outros meios alternativos. Ainda assim, todos os setores sofrerão baixa em maio: lojas de móveis e decoração (-91%); concessionárias de veículos (-78%); autopeças e acessórios (-63%); eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamento (-63%); lojas de vestuário e calçados (-62%); materiais de construção (-15%); outras atividades (-15%); supermercados (-13%); e farmácias e perfumarias (-12%).
Para a Fecomércio, esse período de crise terá reflexos econômicos profundos, que vão dificultar a retomada das atividades em padrões adequados no médio prazo. Por outro lado, o nível de consumo da população reflete não apenas o lucro das empresas, mas também mede a qualidade de vida e bem-estar dos consumidores.
Sugestões ao empresário
A Federação orienta que os empreendedores busquem alternativas para manter a liquidez e o fluxo de caixa. Para isso, pode-se fazer um levantamento de estoque, diminuir a margem de lucro e realizar promoções.
Buscar canais de vendas alternativos é fundamental, grandes marketplaces têm aberto espaço para pequenas empresas. Pequenos comerciantes também podem se juntar para compartilhar mailings e mercadorias por consignação. Outra opção viável é que os vendedores atuem remotamente por meio de chats online. Por fim, ainda é possível disponibilizar vouchers com descontos atrativos para consumo posterior.
Presidente do Sincomercio fala sobre flexibilização
DA REPORTAGEM
A quarentena aplicada em todo o Estado tem gerado muitas expectativas nos comerciantes, que buscam o retorno de suas atividades e as vendas.
Segundo áudio divulgado nesta semana pelo presidente do Sincomércio de Penápolis, Júlio Galinari, uma reunião foi realizada recentemente com o secretário Estadual de Habitação, Flávio Amary, responsável pelo setor varejista no comitê criado pelo governo em combate ao coronavírus. No áudio, Galinari destacou não existir possibilidade de reabertura ou flexibilização do comércio antes da data anunciada pelo governador de São Paulo, João Dória. “Eu mesmo o questionei sobre a possibilidade de flexibilizar o comércio antes, mas ele adiantou que somente a partir do dia 11”, comentou o presidente no áudio.
Galinari afirmou ainda que, segundo o que foi tratado na reunião, esta flexibilização no comércio ocorrerá de forma gradual, de acordo com cada segmento. Dentro deste contexto, os segmentos de roupas, calçados e eletroeletrônicos devam ser os que ainda mais sofrerão com a abertura gradual. “Segundo o secretário, este é um segmento não tão essencial. Acredito que estas vão ser uma das últimas atividades a serem liberadas”, comentou.
Apesar da expectativa, o presidente do Sincomércio adiantou também que o comerciante também terá um papel fundamental neste momento: o de conscientizar a população sobre a necessidade de usar máscaras e de tomar as demais medidas de prevenção ao coronavírus. Segundo ele, os comerciantes devem dar os equipamentos de segurança aos funcionários e destacou que a liberação das atividades deverá ocorrer de acordo com as cores de bandeiras determinadas. Cidades com bandeira verde terão maior liberação, amarela liberação média e vermelha sem a liberação.
Como critério de avaliação, as cidades deverão ter testes disponíveis para a população, estar com o número de casos positivos de Covid-19 controlados e terá que ter leitos suficientes para atender a população em caso de emergência. “Então, vamos batalhar para isso aí, para que cada cidade consiga alcançar a bandeira verde para que o comércio comece a ser liberado”, reforçou.
(Rafael Machi – Com informações Fecomércio-SP)
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