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CIDADE & REGIÃO
28/01/2007
Historiadora prevê região desértica nos próximos 50 anos
A professora universitária e historiadora, Maria Antonieta Gomes Penteados, prevê para os próximos anos, caso nada seja feito para reverter a situação, que a região em que vivemos será desértica, com péssimas condições de habitação para o ser- humano. Os motivos, segundo ela, são variados, mas estão intimamente ligados ao desmatamento e devastação rural e urbana. No caso da zona rural o problema, ao seu ver, está ligado ao avanço sem nenhum critério da monocultura da cana-de-açúcar e na cidade ao extermínio sem motivo aparente ou das podas radicais das árvores.
Ela acha exagerada a mania que o penapolense têm de podar arvores e inclusive já procurou pelos órgãos competentes para levar o problema. “Infelizmente não obtive sucesso nesta empreitada e nem cheguei a ser recebida pela Promotoria do Meio Ambiente”, reclamou a historiadora que morava na cidade paranaense de Maringá e que se mudou para Penápolis recentemente.
Segundo ela, a distorção da qual as autoridades dos dois Estados cuidam do problema lhe causou impacto. “Da forma como as árvores são podadas em Penápolis, sem critério algum, causaria ao autor um crime ambiental em Maringá. Existe uma técnica para este procedimento que evita que árvores sejam mortas. Até mesmo se a raiz está sobre calçada existe uma solução que não seja o extermínio”, afirmou a moradora.
Todos estes ataques contra a natureza, para ela, trará conseqüências nada agradáveis aos moradores da região para um futuro bem mais próximo do que se imagina. “Hoje já estamos sentindo parte do problema. Caminhar em dias de sol está se tornando uma tarefa quase que impossível. Se hoje já está complicado viver sob o forte calor, imagine daqui cinco anos”, disse Antonieta. Ela cita o problema do aquecimento global ao mesmo tempo que enfatiza que, caso houvesse um projeto de arborização no perímetro urbano, bem como a ocupação do meio ambiente em torno das cidades, as condições climáticas seriam bem melhores.
Solução
Afirmando não ser contra o avanço dos canaviais na região, Antonieta ressalta que critérios rigorosos precisam ser adotados. “Existem estudos a respeito deste assunto que explicam como manter a mata ciliar e as de reserva de preservação permanente. A cultura do vegetal é importante para a economia, porém precisa ser absolutamente monitorada. É possível manter esta economia e paralelamente cuidar do meio ambiente”, observou a historiadora. Para ela, apesar da existência de projetos e estudos, nada é respeitado numa economia exemplificada por ela como titânica onde a vontade de lucrar passa por cima de tudo. “Minha impressão é que as pessoas envolvidas nesta questão não tem noção de futuro, mas somente do presente. O presente significa devastar tudo, como se não houvessem filhos, netos ou mesmo futuro para serem desfrutados”, reclamou.
A retirada das árvores, segundo destacou, está diretamente ligada ao aquecimento global e intimamente ligada à saúde das pessoas e a qualidade de vida. “Não sou contra o corte das árvores, mas da necessidade de haver um monitoramento dos órgãos públicos envolvidos nisso, como a Polícia Ambiental, a Secretaria do Meio Ambiente e a Promotoria do Meio Ambiente”, enfatizou Antonieta. Em muitas das ocorrências deste tipo, para a historiadora, as esposas dos proprietários são as principais culpadas ao exigirem o corte sob a desculpa que provocam sujeira. Apesar dos especialistas há muito tempo estarem alertando, para a reclamante nenhuma providência vem sendo adotada a respeito. “Infelizmente as autoridades não escutam o que os técnicos falam sobre o problema, parecendo não enxergarem que a questão ambiental é também social. A solução para o problema é a sociedade se organizar, seja através de ONGs, entidades e os órgãos públicos passarem a participar das discussões em torno do problema. Outro dia presenciei o proprietário de uma casa de esquina, da qual o sol da tarde castiga a residência, fazendo uma poda radical de quatro árvores. Não entendo da lei que rege o município, mas pelo meu entendimento isto é um crime ambiental”, finalizou a historiadora. (SRF)
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