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CIDADE & REGIÃO

23/10/2011

ESTADO: Penapolense se destaca com pinturas em quadros

Rafael Machi
Detalhes Notícia
A dirigente de ensino Sueli (esq.) e Altamira (dir.), observam as obras da pintora que foram publicadas no livro “Bienal Naifs do Brasil”, em 2004

DA REPORTAGEM

 

A penapolense Altamira Pereira Borges, 77 anos, apesar de ser uma pessoa de origem humilde, possui um rico acervo de cultura e conhecimento na arte da pintura. Bastante requisitada para pintar quadros devido a criatividade que possui, Altamira tira daí o seu sustento e deu seu filho, motivo que a faz externar com orgulho sua luta diária. "Tenho um filho com problemas que depende muito de mim. Considero-me uma pessoa vitoriosa, pois consigo fazer aquilo que gosto, cuidar da minha casa e do meu filho, o que me deixa muito feliz", comentou. A pintora revela que sempre gostou de realizar trabalhos com tinta, e que esta paixão começou desde pequena, quando já recebia elogios da professora e dos amigos pelos desenhos realizados em folhas pautadas de cadernos. "Lembro muito bem de um desenho que havia feito sobre uma fazenda. Fiz um cafezal, vários animais, um riacho que corria ao fundo, enfim, foi algo que me marcou muito, pois a professora me elogiou muito por aquilo, na época eu ainda estava no 1º ano", revelou. Estudo é algo que falta para Altamira, pois ela concluiu apenas, o que seria hoje, o 5º ano do ensino fundamental. "Sei que não tenho estudo e que possuo algumas dificuldades, mas tenho força de vontade para vencer na vida e fazer meus trabalhos que tanto gosto", disse. Uma pintura que chama muito a atenção dela são os quadros que possui e que representam mulheres vestidas de noivas que revelam um passado de muitas dificuldades. Quando Altamira se casou, em 1951, não pôde fotografar seu casamento devido as dificuldades que havia no interior naquela época. Por conta disso, ela guardou por quase um ano seu vestido de noiva na esperança de poder ser fotografada usando o traje mais especial para ela. Após a frustração, Altamira acabou cortando e pintando de verde seu vestido. "Tinha a intenção de encontrar algum fotógrafo na região, mas não consegui e acabei desistindo, mas até hoje me emociono quando vejo um casamento", disse.

 

Passatempo

Motivada pela ideia de pintar, Altamira procurou o Museu do Sol, que oferecia aulas de pintura, para aperfeiçoar suas técnicas e conhecer novas experiências. Ela conta que na época trabalhava no Mercadão Municipal e sempre que podia dava uma pausa no trabalho para pintar pessoas e objetos no local. "Muitos começaram a ver e gostar do meu trabalho, isso me motivou muito. A partir daí comecei a pintar cada vez mais, e me apaixonei por esta arte", afirmou. A paixão de Altamira é tanta que hoje em dia ela utiliza a pintura como seu passatempo favorito. "Adoro parar minhas atividades e pintar alguma coisa. Sempre faço quadros que me toma dias e até semanas, por isso vou pintando ao poucos para passar o tempo", ressaltou. Segundo ela, os amigos sempre gostaram de seu trabalho, por isso estão sempre motivando para que a pintura esteja sempre presente na vida da penapolense. "Eles sempre me motivam, gostam e às vezes dão sugestões. Gosto desta interação, pois mostra que o meu trabalho tem valor e é admirado pelas pessoas", comentou.

 

Valor

Não são somente os amigos que admiram as pinturas de Altamira. Ela revelou que muitos que viram seus trabalhos fizeram questão de comprar e guardar de recordação. Segundo ela, seus quadros são vendidos, em média, por R$ 400 à R$ 500. "São pessoas que ouviram falar do meu trabalho e me procuram para conhecer, e outras que, durante visitas em exposições, acabam adquirindo meus quadros. Fico lisonjeada com isso, afinal não esperava que pudessem ter tanta repercussão. É um hobby que acabou virando coisa séria", brincou Altamira. Além das pessoas que levam seus trabalhos para casa, representantes de museus também já a procuraram demonstrando interesse em levar a arte da penapolense para seus respectivos museus. Exposições também fazem parte da rotina de Altamira, que leva suas pinturas para diversos cantos do Estado. Ela participou de sua primeira exposição em 1985, quando expôs no 6º Salão de Artes Plásticas da Noroeste. A partir daí seus trabalhos ganharam diversos rumos e exposições, como o Salão de Belas Artes de Matão/SP, o Palácio da Cultura de Presidente Prudente/SP, Bienal Naifs do Brasil, realizado em Piracicaba/SP, Além de já ter participado to Prêmio Banco Real de Talentos da Maturidade e expor no Espaço Cultural Banco Central, em São Paulo. "É uma honra poder levar um pouco da minha cultura para tantos lugares, poder ver que meu trabalho está sendo reconhecido e admirado por tantas pessoas", disse.

 

Doação

Esta semana, Altamira realizou a doação de um conjunto de quadros para a Diretoria de Ensino de Penápolis, para que os mesmos fossem incluídos no levantamento de Patrimônio Artístico do Estado de São Paulo, que visa arquivar e divulgar os trabalhos artísticos presentes em lugares e prédios públicos do Estado. Segundo a dirigente de ensino da DE de Penápolis, Sueli Aparecida da Silva Bonfietti, a doação é muito especial para a preservação de patrimônio artístico na cidade.

"Estamos muitos felizes em receber este trabalho da Altamira, queremos levar os quadros e seus trabalhos para as escolas e outros lugares da cidade, pois temos que valorizar a cultura, principalmente aquela feita pelos próprios penapolenses", afirmou a dirigente. Os três quadros doados retratam diferentes pontos urbanos e rurais de Penápolis e estão avaliados em cerca de R$ 1,2 mil.

A Diretoria de Ensino da cidade também possui outros objetos e quadros que estão sendo incluídos no levantamento de Patrimônio Artístico do Estado de São Paulo. (Rafael Machi)

 

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