O réu Cláudio Pereira de Castro, 42 anos, acusado de ter cometido um homicídio no dia 10 de abril de 1999, foi condenado pelo Tribunal do Júri de Penápolis a cumprir a uma pena de 18 anos e oito meses de prisão. Apesar de inicialmente a pena ser em regime fechado, pelo fato do réu estar até então respondendo ao processo em liberdade, nesta condição ele poderá recorrer da sentença. Os trabalhos ocorreram na manhã de terça-feira no Fórum da cidade e foi encerrado somente por volta das 21h00 do mesmo dia. Presidido pelo juiz Rodrigo Chammes, através de sorteio o Conselho de Sentença foi formado por quatro mulheres e três homens. Coube ao promotor Dório Sampaio Dias atuar na acusação, enquanto que na defesa Cláudio teve os trabalhos do advogado Luiz Gustavo Ferreira Fornazario.
O crime, conforme apurado pelo Ministério Público, aconteceu por volta das 20h40 próximo a um bar na avenida Mato Grosso, em Penápolis. A tiros Cláudio matou seu companheiro de trabalho, Ericson Marques. O motivo, segundo a denúncia, ocorreu devido a uma desavença entre os dois, que trabalhavam para uma mesma empresa da cidade. No dia do crime, segundo consta nos laudos, no final da tarde Cláudio saiu com um caminhão para buscar Ericson que consertava uma roda de uma caminhonete, e, como não o encontrou no local combinado, retornou à empresa. No trajeto, ao fazer uma manobra arriscada quase que colidiu com um caminhão, cuja identificação não aparece nos autos. O motorista deste outro veículo, que também não foi identificado, após o seguir parou e passou a discutir com Cláudio quando este já estava nas proximidades do bar. Ericson, que estava dentro do estabelecimento e presenciou a discussão, após o motorista desconhecido ter ido embora, começou a zombar com o companheiro, dizendo, pelo fato da reclamação em seu modo de conduzir o veículo, iria tomar seu lugar na empresa. Horas mais tarde, já por volta das 19h00, Cláudio retornou ao bar, chamou Ericson para o lado de fora e ao sacar um revólver efetuou vários disparos. Ericson ainda tentou se refugiar no bar, mas, ferido na região do tórax foi socorrido e faleceu ao dar entrada no Pronto-socorro. Ao ser interrogado ontem, Cláudio confirmou esta versão, mas lembrou que já havia tido problemas anteriores com Ericson, pessoa, segundo ele, tida como violenta principalmente quando ingeria bebida alcoólica. O réu disse ter presenciado Ericson, em outra oportunidade, ter agredido um outro companheiro de trabalho. Segundo ele, na noite do crime encontrou com Ericson, tendo início a discussão. Alegando tentar se defender, Cláudio confessou ter sacado a arma e efetuado um disparo para o auto como forma de intimidar seu oponente. Mas, segundo ele, o companheiro de trabalho fez menção de partir para sua direção. Na seqüência Cláudio afirmou não se lembrar de mais nada do que ocorreu, recordando a consciência somente quando estava próximo do Terminal Rodoviário, em sua bicicleta. Além deste crime, Cláudio já foi julgado e absolvido de uma acusação de roubo, além de também ter respondido a um processo por receptação. (SRF)