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CIDADE & REGIÃO
29/05/2011
Combate ao fumo será comemorado nesta terça-feira
DA REPORTAGEM
O dia 31 de maio é considerado o dia mundial de combate ao fumo e ao tabagismo. A data marca a luta das organizações de saúde contra um mal que mata milhões em todo o mundo. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), atualmente morrem três milhões de pessoas por ano em função do cigarro. Só no Brasil o tabaco faz, anualmente, 200 mil vítimas. Os malefícios são provenientes, em grande parte, das minúsculas partículas de alcatrão que fazem parte de sua composição. O cigarro contém substâncias que podem causar o câncer. A fumaça é composta ainda de 2% a 6% de monóxido de carbono, um gás tóxico que pode causar problemas relacionados a respiração do fumante. Metade dos seis tipos de câncer que mais matam no Brasil tem o cigarro como fator de risco. O fumo é responsável por 90% dos casos de câncer de pulmão, causador de 12 mil mortes por ano no país. No pulmão, além de câncer, o uso do cigarro promove várias outras doenças graves. O enfisema e a bronquite, doenças pulmonares obstrutivas crônicas, são doenças graves causadas, na maioria das vezes, pelo hábito de fumar. Além disso, o cigarro está relacionado à causa de tumores malignos em vários outros órgãos, sendo responsável pelo surgimento de tumores também na boca, laringe, pâncreas, rins e bexiga, além de outros. Das mortes causadas pelo fumo 25% são decorrentes de doenças coronarianas, como infarto do coração. Ainda segundo a OMS, os fumantes correm quase o dobro do risco dos não fumantes de sofrer um infarto do miocárdio ou morte por doenças coronarianas. O fumante passivo também está sujeito às doenças causadas pelo cigarro. O Passivo é aquele que não fuma, porém respira a fumaça do cigarro de outras pessoas. As crianças são as maiores vítimas do fumo passivo. Os filhos de mães que fumaram durante a gravidez tendem a nascer com peso e altura inferiores aos filhos de mães não fumantes. A criança que convive com fumantes, está mais sujeita a se tornar um fumante e a fumar mais precocemente.
Gastos
Para a OMS, a campanha contra o tabagismo é muito efetiva quando considerado os gastos de tal ação. A diminuição do tabagismo está relacionada com o menor número de doenças cardiovasculares e pulmonares, do câncer, e das internações hospitalares. Essa diminuição está relacionada também com recém nascidos de baixo peso e menor incidência de distúrbios físicos e emocionais nos filhos de mães que fumaram durante a gestação. Ou seja, para a OMS, é melhor e mais barato gastar com o combate ao fumo do que cuidar dos problemas que ele causa. Além de proporcionar melhor qualidade de vida para a pessoa que não fuma ou deixou de fumar. É o caso do diretor do Colégio Ângulo de Penápolis, Antônio Francisco Tirintan, 62 anos. Ele afirma que começou a fumar aos 18 e que conseguiu largar o vício apenas aos 48 anos. “Durante este período algumas pessoas até evitavam ficar perto de mim por causa do cheiro de cigarro, além disso, eu precisava dar o exemplo para os alunos do colégio, eles não me podiam ver fumando, além de meus próprios filhos, afinal não queria que eles também tivessem este vício”, comentou. Outro fator fundamental que o motivou a parar de fumar foi pela saúde. “Quis ter uma melhor qualidade de vida, por isso resolvi parar. Eu já não me sentia bem, percebia que o meu corpo já não suportava mais, então resolvi dar um fim nesse mal”, disse Tirintan que costumava fumar até dois maços por dia. Ele informou que começou um tratamento com acompanhamento médico, sendo que o processo durou cerca de sete semanas, e que precisou ir parando aos poucos, para se acostumar com a falta de nicotina no organismo, até que ao fim deste período parou de vez com o vício. “Hoje me sinto outra pessoa, tenho mais saúde e até mesmo autoestima, já que não tenho mais constrangimentos pelo forte cheiro do cigarro que ficava em mim”, ressaltou. “Aconselho que as pessoas parem com este malefício, a saúde deve estar em primeiro lugar. Quando paramos de fumar tudo melhora na vida, por isso é muito importante procurar um médico para que tudo seja feito da melhor forma possível”, finalizou.
Maços
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sancionou uma lei que restringe a propaganda de cigarro e o uso de produtos derivados do tabaco. Esta lei passou a vigorar em 28 de dezembro de 2000. De acordo com a Lei 10.167, a propaganda do cigarro é permitida somente na parte interna dos locais de venda do produto, por meios de pôsteres, painéis e cartazes, sendo proibidos os anúncios nos meios de comunicação, em outdoors, placas e cartazes luminosos. Na ocasião também foram proibidos a distribuição de qualquer tipo de amostra ou brinde, a venda de cigarros em estabelecimentos de saúde, o consumo em aviões, independente do tempo e duração do vôo, a realização de visita promocional ou distribuição gratuita em estabelecimento de ensino ou local público e a propaganda indireta através de merchandising. Além disso, os maços também devem ter anúncios nos rótulos trazendo as informações sobre os malefícios dos cigarros.
Lei Estadual
Em 2009 foi criada a Lei Antifumo. Ela proíbe as pessoas de fumarem em ambientes fechados de uso coletivo como bares, restaurantes, casas noturnas e outros estabelecimentos comerciais, sendo permitido apenas dentro das residências, em vias públicas e em áreas ao ar livre. O objetivo é livrar os não fumantes da situação de fumantes passivos, podendo também contrair doenças ocasionadas pelo cigarro, além de servir como motivação para que as pessoas deixem de fumar, dando melhor qualidade de vida. O dono do estabelecimento que é flagrado com pessoas fumando em seu interior pode ser multado em até R$ 900 e ainda ter o comércio fechado. Ainda de acordo com a lei, a fiscalização inicial deve ser feita pelos donos dos estabelecimentos adotando medidas que façam com que o cliente não desrespeite a lei e que a empresa não seja multada. Algumas atitudes podem ajudar no combate ao fumo em locais proibidos como: a fixação de cartazes alertando sobre a proibição, e a retirada dos cinzeiros das mesas de bares. É importante a orientação aos clientes, caso haja a recusa para apagar o cigarro, a polícia pode ser acionada. Se o estabelecimento for flagrado uma terceira vez, será interditado por 48 horas. Em caso de nova reincidência, a interdição será de 30 dias. Em Penápolis, dois anos após a criação da Lei Antifumo em todo o Estado de São Paulo, foram registrados os primeiros casos de autuações por conta do desrespeito à lei, dois estabelecimentos comerciais foram flagrados depois que fiscais estaduais e da Vigilância Sanitária realizaram o flagrante de uma pessoa fumando dentro de um deles e também pela falta de sinalização obrigatória em outro. Segundo a Vigilância Sanitária de Penápolis, antes do início das fiscalizações, todos os estabelecimentos foram amplamente orientados de como agir para evitar as penalidades. É importante que proprietários e funcionários fiquem atentos para a lei e caso vejam alguém fumando dentro do estabelecimento é necessário solicitar que apaguem o cigarro, evitando constrangimento para o fumante e, possíveis multas para o estabelecimento, respeitando também as demais pessoas presentes no local. (Rafael Machi)
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