Cirurgião Plástico ou Poeta

Tânia Pinheiro

Na próxima sexta-feira, 15, o cirurgião plástico Dr. Smiley Castelo Branco (foto) participará da 20ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, no pavilhão de exposições do Anhembi. Ele foi convidado pela Litteris Editora que incluiu o poema “Chico Buarque” escrito por Smiley, na Antologia  “São Paulo – Uma Metrópole da Palavra” que será lançada na Bienal, onde o médico penapolense oportunamente se encontrará com Chico Buarque. Smiley foi Selecionado no XIII Concurso Internacional de Literatura para a Antologia “Outras Águas” com os sonetos “Desejo de um Morto”, “Soneto do Cego de Nascença” e “Chico Buarque”. Também foi classificado no XIV concurso internacional de literatura para a Antologia “Com a Palavra os Professores do Brasil” com o soneto “Homem Irado”. O cantor e escritor Chico Buarque de Holanda estará presente na Bienal, com quem Smiley  se encontrará e oportunamente.

Poesia na veia
A paixão pela escrita vem de longa data, diz o Dr. Smiley Castelo Branco. Ele deu os primeiros passos na literatura escrevendo palíndromos, frases que têm o mesmo sentido se forem lidas da esquerda para direita ou vice-versa.  Nasceu em Fortaleza, mas quando ele tinha três meses de vida a família mudou-se para o Rio de Janeiro. Lá passou a infância e a juventude, formando-se em Medicina pela UERJ e, especializando-se em Cirurgia Plástica. Há nove anos reside em Penápolis com a esposa Andréia Mota Castelo Branco, que é ginecologista e obstetra, o casal possui duas filhas, Isabela, 6 anos e Júlia 5. Há pouco mais de dois anos Dr. Smiley começou a se dedicar com mais afinco a escrever os sonetos que foram compilados no livro “O Bisturi e os Sonetos”  lançado  recentemente em Penápolis.
 
Livro
"O Bisturi e os Sonetos" é uma coletânea de poemas reunidos em livro de autoria do Dr. Smiley, lançado recentemente pela editora Somos. O hábito de escrever como hobby nas raras horas vagas que dispõe, fez com que Smiley conseguisse reunir 33 poemas de diferentes temáticas. "Sempre tive muito apreço pela leitura de forma geral e grande interesse pela literatura, daí surgiram meus sonetos, os quais tive imenso prazer em escrevê-los", diz o médico-escritor.  
 
Bienal Internacional do Livro 
Um dos poemas que escreveu em homenagem ao cantor e também escritor Chico Buarque é um dos  mais belos sonetos que compõem a coletânea. "Sou fã do Chico e admiro suas músicas, li sua biografia e  me inspirei para escrever o poema", explica Smiley. Na Bienal do Livro em São Paulo ele terá a oportunidade de autografar seu livro e oferecer com dedicatória especial ao "ídolo" Chico Buarque. "Estou surpreso com o que tem acontecido e não esperava que os meus sonetos ganhariam esta dimensão, às vezes nem acredito que vou me encontrar com Chico Buarque,  que sempre admirei,  e poder oferecer-lhe o meu livro, prestar esta homenagem com o poema que escrevi para ele, é super emocionante e prazeroso ", diz emocionado Smiley.
      
Chico Buarque
E o universo curvou-se ao gênio artista,
Ao rebento da luz, ao carioca
Letrista que reluz no breu da toca
E sussurra as mil trovas que dão vista.

Ah, que nobre esse artista que não cala!
E desentala a dor de Benjamim
Ou nos paira um temido Zepelim
Para todos ouvirem o que fala.
Oh, pedaço de m,im, tu és a voz,
Que será que te dá que me traduzes
Em letras, versos, rimas e bemóis?

Sim, tu é o espetáculo das cruzes,
O estorvo do medíocre, sua quimera,
És Chico, o salvador que o Tom dissera.
 
Palíndromo
À Diva Roda Viva de Trapaça faço mal e bem
Amo-te. Toma-me bela moça. Faça parte da viva dor: a vida.