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CIDADE & REGIÃO
26/05/2009
Baderna: Torcedores piracicabanos são detidos pela PM
Um total de 90 torcedores do XV de Novembro de Piracicaba foi detido por policiais militares na manhã de domingo, momentos antes do início da partida em que o Clube Atlético Penapolense enfrentou a equipe piracicabana no Estádio Municipal Tenente Carriço, em partida válida pela segunda fase do Campeonato Paulista da Série A-3. De forma incompreensível, os torcedores visitantes chegaram em Penápolis promovendo baderna e, com rojões e bombas, ainda com o ônibus em movimento, os direcionavam para quem fosse encontrado durante o trajeto até o Estádio. Testemunhas afirmaram que nem mesmo a Santa Casa de Misericórdia se livrou do alvo dos baderneiros. Tão logo chegaram à rua Anchieta, parte dos torcedores desceram de dois ônibus e com paus e pedras partiram para cima de quem estivesse pela frente. Naquele momento era grande o número de pessoas que pretendiam entrar no estádio. A fila, seguia das bilheterias até aproximadamente o meio da quadra da rua Anchieta, em trecho bem próximo onde ocorreu o desembarque dos baderneiros. Veículos foram danificados e pessoas agredidas com socos ou pedradas. Os policiais agiram rápido, e, com bombas de efeito moral obrigaram os briguentos a retornarem para os ônibus. O grupo, provavelmente surpreso com a ação rápida dos policiais militares, tentou se evadir, mas foram interceptados e, ainda na rua obrigados pelos PMs, que utilizavam armamento e cães, a desembarcarem. Após uma primeira revista todos os 90 torcedores foram encaminhados ao Plantão da Polícia Civil, onde tiveram os nomes relacionados em um boletim de ocorrência. Ao menos uma vítima prestou queixa, a cabeleireira Ângela Domingues Arzani, 31 anos, moradora do Jardim dos Palmares. A queixa foi quanto ao pára-brisa de seu veículo, um Gol ano 2005 que estava estacionado na rua Anchieta, próximo ao Estádio, e onde ocorreu a fase mais crítica da ação dos torcedores. Durante o episódio um torcedor capeano teve a camisa que usava, pertencente ao uniforme do time penapolense, arrancada com violência. Já outro, identificado como sendo Marcos Antônio Rodrigues, recebeu uma pedrada na cabeça. Mesmo ferido ele adentrou ao estádio para acompanhar a partida. Com os torcedores foi encontrado um farto material que indicava que os piracicabanos vieram à Penápolis com o propósito de realizar um confronto. Rojões, a camisa roubada do torcedor penapolense, dois cigarros de maconha, 15 bombas pirocolor, quatro bombas sem marca e confeccionadas de forma artesanal, um spray de tinta, três bombas do tipo dinamite, 15 bombas juninas de grande porte e quatro pequenas, quatro frascos de colírio e uma pedra de cimento, foram apreendidos. Enquanto o jogo transcorria no Tenentão, os torcedores eram ouvidos no Plantão, o que impossibilitou que pudessem acompanhar a partida. Nenhum dos acusados assumiu a propriedade da droga apreendida, bem como não fizeram nenhuma declaração. Por volta das 13h30 os torcedores foram liberados e puderam retornar para Piracicaba, sendo escoltados pelos policiais até a Rodovia Marechal Rondon.
Praça de guerra
Para conter a fúria dos torcedores, conforme destacou ontem o comandante interino da Polícia Militar de Penápolis, sargento Reginaldo Ribeiro, foi necessário aos policiais fazerem uso de três bombas de efeito moral. Além dos policiais penapolenses, o reforço contou com a Força Tática e o Canil, ambos de Araçatuba.
Provavelmente, a intenção dos torcedores seria de provocar um tumulto na entrada do estádio e retornar rapidamente para os ônibus, para somente então, em outro ponto do estádio, tentarem adentrar aquela praça esportiva. Porém, os baderneiros não contavam com a ação rápida e efetiva da Polícia Militar. Segundo o policial, apesar do total de torcedores ser de 90, apenas parte deles participou do tumulto. Acuados com a ação rápida e inesperada dos policiais, os torcedores retornaram aos ônibus, sendo, desta forma, facilmente detidos. O artefato, chamado de bomba-dinamite, segundo Ribeiro é uma bomba de fabricação caseira com grande poder de destruição. Também foi identificado o torcedor que atirou a pedra no pára-brisa do Gol, Ricardo Presotto Castelo, 20 anos, estudante, morador de Piracicaba. Um inquérito policial foi instaurado e ele irá responder pelo crime de dano. Também a vítima poderá representar contra o autor para ter o valor gasto no reparo do veículo ressarcido. Apesar da fúria e de alguns torcedores terem ficado feridos, nenhum deles procurou o Pronto-Socorro para receber atendimento médico. (SRF)
Foto: Pedra foi arremessada e danificou o pára-brisa de um veículo Gol
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