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CIDADE & REGIÃO

24/12/2006

Avanhandava: No anonimato, artesãos buscam divulgação para seus trabalhos

Detalhes Notícia

O marceneiro e artesão Edésio Roque da Silva, 65, de Avanhandava, com os diversos trabalhos que faz em madeira, busca de certa forma divulgar a arte que produz com trabalhos em madeira, assim como o casal Hilderaldo Cazitto e Izilda Bertoline, bem como Adilson Correia Queiros. Com exceção deste último, que molda os objetos através de uma fôrma, Edésio e o casal fazem peças interessantes, mas se queixam da falta de oportunidades que a cidade deixa de oferecer no sentido de que a arte de forma geral possa chegar até as pessoas.   

Edésio faz esculturas em madeira, a maioria com desenhos em alto-relevo. Morando em São Paulo, começou o trabalho com uma exigência da esposa, que queria uma cantoneira para colocar um vaso. “Emprestei a de um vizinho e a que fiz ficou tão boa que me interessei pelo artesanato em madeira e depois vieram outras coisas como colher de madeira para mexer doce, gaiola e outros”, revela. No começo da década de 70, já com experiência, fez um trenzinho com a linha férrea, uma locomotiva e um vagão que tem até os bancos internos. Ele considera o trenzinho uma “relíquia” e o tem guardado como uma “jóia rara”. 

Algumas peças levam mais de um mês para ficarem prontas, caso de uma arca-baú, toda entalhada em alto-relevo com castelos medievais em todos os lados. A mitologia grega também está presente nos trabalhos de Edésio. “Não sei o que me leva a ter tanta atração por uma época tão distante como o período medieval, até já me disseram que posso ter vivido nessas épocas”, disse. Por encomenda faz poucas peças. Fez a Santa Ceia em mogno para uma família de SP, com a qual ganhou um bom dinheiro; fez também peças para pessoas de Marília, Penápolis e São José do Rio Preto. Em seus trabalhos, feitos na garagem de casa, Edésio utiliza somente madeiras maciças como mogno, cedro, cerejeira e peroba. “Faço o contorno do desenho e depois perfuro a madeira”, explica. As peças, depois de lixadas, recebem um extrato de nogueira e cera. Edésio aceita encomendas de artesanato em sua casa, localizada na rua Santos Dumont, centro, em frente o antigo cinema.

O artesão reclama da falta de incentivo na cidade. “Faço trabalhos interessantes mas que muitas vezes ficam no anonimato. Quem sabe uma exposição na cidade com artistas da região poderia despertar interesse em outras pessoas –principalmente jovens – que tem talento para a arte ou mesmo a marcenaria”. Para ele, com isso a cidade poderia se tornar um pólo de artes. “Trabalhar na base do entusiasmo é difícil”, considera. Ele já expôs suas obras no salão paroquial de Ava, na época do padre José Francisco e também em um bar de Penápolis na década de 90.

 

Hilderaldo e esposa

O casal Hilderaldo Cazitto, o “Piau” e a esposa Izilda Maria Bertoline, residentes no centro, tem o hábito de confeccionar peças em artesanato apenas como terapia. O começo de tudo foi em 2003. Eles usam vários tipos de materiais como ferragem, casca de ovo, pedra, madeira, corda, cola e os objetos encontram-se espalhados pela casa, inclusive na varanda, que abriga um banco entalhado em madeira, uma fonte feita em pedra, gaiolas, vasos, casinha feita com troncos de lenha e outros mais. “Os trabalhos nos ajudam bastante como terapia”, conta Hilderaldo, que faz objetos diversos desde o tempo em que freqüentava o colégio agrícola de Penápolis. Os dois reclamam que cidade é parada e falta sobretudo incentivo como forma de divulgação de coisas que remetam à cultura. “Se houvesse facilidade em conseguir materiais, eu poderia ensinar o que sei para muitos jovens, mas a cidade tem muito pouco para oferecer”,  argumenta Izilda.

O casal conta que os trabalhos já despertaram interesse de parentes. “Sempre alguém se interessa por algum objeto e acaba levando”, explica Hilderaldo. No momento, mesmo sem oportunidade de divulgação na cidade, eles estão fazendo duas fontes em pedra sob encomenda, que serão vendidas para famílias de São José do Rio Preto, contribuindo para reforçar o orçamento no final do mês.

 

Cimento

No quintal de sua casa na Vila Bandeirantes, Adilson Correia Queiroz, 31, fabrica diversas peças em fôrma de cimento. São vários tipos de animais, por exemplo garça, arara, sapo, tucano e outros. Com as peças abastece floriculturas da região, principalmente Araçatuba, Birigui e Lins. Ele chega a fazer 10 peças por dia, mas no final de ano há um aumento das vendas, quando chega a fazer 20 peças em um só dia. Elas custam em média de R$ 10,00 a R$ 50,00 e a entrega na região é feita com veículo próprio.

O trabalho é desenvolvido com ajuda da esposa, em que é utilizado como matéria prima cimento, areia e ferragem. São gastos de dois a três sacos de cimento por semana. Depois de confeccionadas, as peças recebem pintura em tinta esmalte. “Com 20 peças prontas, dá para fazer o acabamento de todas elas num só dia”, relata. Ele também tem clientes em Avanhandava. Algumas residências e uma escola infantil estão decoradas com as árvores e animais que produz. Adilson também gostaria de participar de uma exposição na cidade, que pudesse dar maior visibilidade ao seu trabalho. (OV)

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