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CIDADE & REGIÃO

06/01/2007

Avanhandava: Loja tradicional busca modernização após seis décadas

Detalhes Notícia

O antigo está dando lugar ao moderno. Em Avanhandava, a Casa Nossa Senhora Aparecida, a loja mais tradicional da cidade, está ganhando cara nova. A transformação faz parte de uma iniciativa que visa atender ao consumidor, que com o passar do tempo tem se mostrado exigente e ansioso por novidades. A loja existe há 66 anos sob o comando de seu Elias José Ayub, comerciante mais antigo da cidade e está localizada num dos principais cruzamentos da região central. Ele recentemente completou 86 anos e sempre trabalhou ao lado da esposa (falecida) e da filha Sumaiha Ayub. O responsável pelas mudanças é o neto de Elias, Juliano Martins Ayub, 31, que assumiu a gerência da loja em setembro de 2006.

Juliano argumenta que a implantação de mudanças e inovações está sendo feita aos poucos para não assustar o avô, tido por ele como bastante conservador, a exemplo da maioria das pessoas antigas. “A intenção é investir e aos poucos melhorar e modernizar a loja, que em alguns aspectos parou no tempo. Ele revela que assumiu a loja para dar seqüência a um trabalho de 66 anos, mas atento às tendências do mercado e as exigências do consumidor, que quer uma loja moderna e com bom aspecto.

Uma das novidades a ser ainda implantada por Juliano é a informatização da loja. “Esse é o caminho, não há como fugir da modernidade, mesmo que meu avô não aceite. Por mim, a mudança seria radical, mudaria tudo, mas tenho que respeitar a opinião deles. Seguindo o modelo de outras lojas, pretendemos trabalhar mais com confecções prontas e de baixo preço”, adiantou Juliano, para quem a população deveria dar preferência ao comércio local e não comprar fora como faz a maioria. 

Quando o neto assumiu a loja, foi Sumaiha que recomendou a ele para fazer as modificações aos poucos. “Se as mudanças forem muito bruscas meu pai vai ficar atrapalhado”, explica ela. Animada com as inovações, Sumaiha reconhece que alguns consumidores já elogiaram a transformação por que a loja vem passando. Um dos principais pontos a ser mudado será a entrada da loja, com a retirada de antigos balcões onde as mercadorias ficam. “Os novos e modernos expositores (araras) já estão chegando, as mudanças não vão ficar por aí, estou ansiosa para ver como vai ficar”, conta Sumaiha. 

A loja Nossa Senhora Aparecida continua em reforma. De um lado inteiro da loja foi colocado tijolo de vidro para maior claridade, um depósito foi todo reformado; um outro provador foi instalado, um balcão moderno foi acrescentado aos antigos e a loja está recebendo pintura externa e interna, as quais estavam desgastadas. Um toldo foi instalado em toda extensão. A loja oferece confecções em geral, mas conforme o proprietário o forte é a grande quantidade de tecidos e calçados. “Temos tecido de todo tipo, enfim um bom estoque”, explica Elias.

 

Mascate

Vindo da Síria com seis anos de idade e sem nunca ter freqüentado a escola, Elias relata que foi com muito sacrifício que conseguiu manter a loja. Mesmo não tendo sentado em um banco escolar, até por necessidade o comerciante demonstra dominar bem a matemática. “Tive que me virar e a vida me ensinou muita coisa”, disse Elias. Os vários imóveis que possui foram conquistados com o dinheiro da loja. Para o comerciante, a melhor época de comércio em Avanhandava foi no auge do café. “Mesmo com outras lojas na cidade, como Luzitana, Moderna, Lealdade e até as Casas Pernambucanas, eu tinha preço, levava a melhor na concorrência e vendia bastante para os fazendeiros e empregados deles”, detalhou. “Eu fazia o serviço de mascate e percorria toda a redondeza”, acrescentou. De acordo com Elias, um pouco depois da década de 60, as vendas começaram a fracassar, simultaneamente com o declínio das fazendas de café. “Para se ter idéia, na época do café a cidade chegou a ter três hotéis e várias pensões. Na loja eram quatro empregados e mais meus familiares, hoje só trabalhamos em família”, relembra.    

Perguntado sobre a era da cana, que veio substituir as lavouras de café, o comerciante ironizou dizendo que não chega nem perto da importância que teve o café para a economia da cidade, considerando que os baixos salários impedem os empregados das usinas de suprir suas necessidades no comércio. Elias afirma que como as idéias do neto são boas ele está aceitando as mudanças. “É necessário que as inovações sejam a médio prazo, não dá pra mudar tudo de repente, afinal a loja sempre foi assim”, comenta. No entanto, ele admite: jamais pensou em sua vida ver um dia um computador controlando a loja, pretensão do neto que talvez não demore muito para ser posta em prática. “Mesmo quando surgiu o computador, achei que isso nunca ia acontecer”, confessou Elias. (OV)

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