Aulas do Proerd visam afastar crianças das drogas

DA REPORTAGEM

O dia 31 de maio é considerado o dia mundial de combate ao fumo e ao tabagismo. A data marca a luta das organizações de saúde contra um mal que mata milhões em todo o mundo. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), atualmente morrem três milhões de pessoas por ano em função do cigarro. Só no Brasil o tabaco faz, anualmente, 200 mil vítimas. Os malefícios são provenientes, em grande parte, das minúsculas partículas de alcatrão que fazem parte de sua composição. Devido a esta data tão importante, a Polícia Militar do Estado de São Paulo mantém nas escolas o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência, o Proerd, objetivando prevenir o uso de drogas nas escolas entre as crianças do ensino fundamental. O projeto surgiu nos Estados Unidos em 1983, na cidade de Los Angeles, e foi sendo expandido rapidamente para vários países do mundo. Em São Paulo desde 1993, aproximadamente 6 milhões de crianças já frequentaram o PROERD. O Programa é desenvolvido dentro da escola. Os instrutores são policiais militares especialmente treinados, que em encontros semanais de uma hora de duração na sala de aula, desenvolvem o programa utilizando cartilha especialmente criada para essa finalidade, que além de estimular as crianças para resistirem às pressões ao uso de drogas, estreita o relacionamento entre a polícia e cidadão. Segundo a policial militar instrutora do Proerd em Penápolis, Ana Cláudia Pereira Domingos, o programa existe na cidade desde 2000, tendo atingido cerca de 15 mil crianças em toda a comarca. “tenho muito orgulho em realizar este trabalho, tenho a consciência de que estou fazendo a minha parte para ajudar estas crianças a não entrarem no mundo de qualquer tipo de droga, sejam a lícitas ou as ilícitas”, afirmou Ana. Ela explica que durante os encontros os alunos trabalham com o “modelo de tomada de decisão Proerd”, onde aprendem a definir o que fazer quando uma pessoa lhe oferecer qualquer tipo de droga. Em um segundo momento é trabalhado as análises das causas e as conseqüências das crianças aceitarem ou não aquele tipo de droga que lhes foi oferecida. Outra etapa é a de trabalhar a decisão da criança; aquela que ela julga ser melhor para o seu futuro. O trabalho é finalizado com a avaliação da escolha tomada. “Realizamos tudo isso para alertá-las sobre os perigos da droga, inclusive o cigarro e a bebida alcoólica, queremos criar mecanismos para que elas fiquem longe desses problemas”, comentou. A policial disse que percebe um resultado muito positivo nas crianças que participam dos encontros. “Elas mudam suas atitudes, se mostram mais alegres e confiantes durante as aulas e até mesmo com os pais”, ressaltou.  Mesmo com o trabalho da polícia, Ana alerta que é importante a participação da escola e, principalmente, da família. “Cerca de 90% das crianças sabem que o caminho das drogas não é legal, mas é preciso que esta idéia se mantenha por toda a sua vida, não somente no momento dos encontros do Proerd, por isso os pais devem estar sempre atentos verificando o caminho de seus filhos”, alertou. Ana revelou ficar muito triste quando aborda algum ex-aluno que entrou para o mundo das drogas. “Sinto uma tristeza profunda, por que a minha parte eu tentei fazer, mas quando converso com o jovem percebo que algo lhe faltou, muitas vezes foi justamente o apoio e supervisão dos pais”, revelou. Nas cidades da região em que Ana é responsável pelos encontros do Proerd, cerca de três mil crianças são formadas por ano, inclusive em Penápolis. Ao fim dos encontros elas recebem certificados de participação, outros presentes, além de concorrerem a bicicletas em concursos de redação sobre a importância de se manter longe das drogas. “É um trabalho muito importante e que vale a pena o investimento, tenho certeza que com o trabalho da Polícia Militar, o apoio da escola e a ajuda dos pais, muitas crianças permanecerão longe das drogas”, finalizou Ana ao ensaiar o Hino do Proerd com as crianças do 5º ano da Escola Luís Chrisóstomo de Oliveira, em Penápolis. (Rafael Machi)