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CIDADE & REGIÃO
30/08/2017
Assassinato: Polícia Civil conclui inquérito e prende acusado
DA REPORTAGEM
Dois anos após a morte do motorista Maurício Marques da Silva, em agosto de 2015, a Polícia Civil de Penápolis concluiu o inquérito sobre seu assassinato ocorrido em um sítio no bairro rural do Urutágua. Um aposentado de 79 anos foi preso na tarde desta segunda-feira (28) acusado de envolvimento no crime. Ele deverá permanecer preso até seu julgamento, pois contra ele, foi expedido um mandado de prisão preventiva. Os trabalhos foram realizados pelos investigadores do 1º Distrito Policial de Penápolis, comandados pelo delegado Heweraldo Weber Gonçalves. Segundo ele, houveram muitas dificuldades para a conclusão do inquérito, já que não há qualquer testemunha sobre o fato. “Entretanto, existiram diversos fatores que nos levaram a crer no envolvimento do aposentado. O caso foi levado ao Ministério Público, que ofereceu denúncia à Justiça local, que o acatou e decretou sua prisão preventiva após a conclusão de nosso inquérito”, revelou. O corpo de Silva foi encontrado na manhã do dia 26 de agosto caído próximo de sua moto na porteira de um sítio que fica próximo ao aeroporto da cidade, havendo perfuração de bala em ocasião de disparo de arma de fogo. No local ainda foi encontrado um projétil de espingarda calibre 44. O delegado revelou que o aposentado havia tido algumas desavenças com a vítima meses antes do crime. Os primeiros problemas teriam sido criados por conta do arrendamento feito pelo aposentado de um sítio para criação de gado. “O sítio passou por um problema judicial, período em que a vítima teria colocado parte de seu gado no local. Quando o problema na Justiça terminou, o acusado voltaria a ser o arrendatário da terra, mas teve dificuldades com os animais da vítima que estavam lá. Apuramos que, o acusado teria tirado o gado do sítio e soltado em uma estrada, o que teria gerado grande confusão”, disse. Meses depois, o aposentado teria tido parte de seu gado furtado, apresentando Silva como suspeito do caso. “Ele sempre procurava a delegacia a fim de saber sobre novidades de seus animais, mostrando uma preocupação muito grande com o que havia ocorrido. Coincidentemente, no mesmo dia em que a vítima foi encontrada morta, o aposentado veio à delegacia retirar queixa do furto, demonstrando desinteresse pelo trabalho de investigação”, acrescentou o delegado.
Morte
O delegado revelou também que Silva teria falado no fim da tarde do dia do crime com sua mãe através de seu celular. Ambos teriam conversado normalmente, sendo ela a última pessoa com que ele falou antes do fato. Quando o corpo de Silva foi encontrado, na manhã seguinte, foi observado que sobre seu peito estava seu celular aberto. Para a polícia, isto pode ser um indício de que Silva ainda teria tentado ligar para alguém antes de morrer. “O fato da vítima, ter conversado com sua mãe na tarde anterior, não nos revela o momento em que ocorreu. Entretanto, peritos afirmaram que o corpo apresentava sinais que indicavam que a morte havia ocorrido menos de 24 horas do momento em que foi encontrado. Acreditamos que ele tenha sido morto logo depois de falar com sua mãe ao telefone, provavelmente no fim da tarde do dia 25. Naquela noite, a PM havia recebido a denúncia de que havia um corpo naquele bairro, mas só foi encontrado na manhã seguinte”, afirmou. No local também havia um cartucho de calibre 44.
Indícios
O delegado Heweraldo Gonçalves revelou que a investigação apontou diversos indícios que os levam ao aposentado. O primeiro deles seria o fato de uma testemunha ter visto, no dia e horário aproximado do crime, o acusado junto com outra pessoa, passando com sua caminhonete em direção ao sítio onde ocorreu o assassinato. Além disso, a polícia descobriu a câmera de segurança de um sítio próximo que captou imagens de uma caminhonete branca passando pela região pouco antes do crime. “A perícia constatou que se trata da caminhonete do indiciado, já que nas imagens ela possui as mesmas características da do aposentado. Apesar disso, ele nega que esteve na região”, afirmou. O aposentado, que já vinha sendo investigado dias após o crime, chegou a ser preso por porte irregular de arma de fogo. Na época, ele possuía algumas armas em seu poder que, apesar do registro, estavam com sua autorização de porte vencida, sendo apreendidas. Nenhuma delas do mesmo calibre do cartucho foi encontrada próximo ao corpo. “Chegamos a questioná-lo sobre a arma de calibre 44, mas ele negou possuir. Entretanto, quando enviamos a apreensão para Polícia Federal, fomos informados que o indiciado possuía em seu nome, uma espingarda Winchester calibre 44; mesmo calibre do cartucho encontrado. Quando ele foi questionado novamente, alegou que há muito tempo não possuía aquela arma, e que havia perdido quando estava em outro estado, sendo este um dos fatos que mais nos chamou a atenção”, concluiu. Diante de tudo o que foi exposto, o delegado concluiu o inquérito e enviou o caso ao Ministério Público, que ofereceu a denúncia à Justiça, que pediu a prisão temporária do aposentado. O mandado foi cumprido por policiais militares, que o encontraram em sua residência na Vila Aparecida. “Ele foi ouvido e se mostrou bastante frio com a situação, sendo encaminhado, posteriormente, para a Cadeia Pública permanecendo à disposição da Justiça”. O delegado enfatizou ainda o trabalho de investigação. “Chegamos à conclusão do inquérito através de uma somatória de fatores que nos levam a acreditar em seu envolvimento. Partimos do zero na investigação, já que não tínhamos qualquer pista sobre o que havia ocorrido ou quem poderia ter feito isso. Através do nosso setor de investigação passamos a apurar os fatos e informações e fomos montando o ‘quebra-cabeças’ até a conclusão deste inquérito, finalizou o delegado. A polícia já teria identificado o homem que poderia estar junto com o acusado no dia do crime, mas ele é considerado foragido.
(Rafael Machi)
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