Alto Alegre tem primeiro homicídio em seis anos

DA REPORTAGEM

O lavrador Natalino Alves dos Santos, de 26 anos, foi morto pelo próprio cunhado, um auxiliar geral de 29 anos, com golpes de faca na noite de domingo (20) em Alto Alegre. Santos teria sido golpeado pelo menos 15 vezes. Alto Alegre não registrava um homicídio desde 2009.
De acordo com o delegado responsável pela investigação, Heweraldo Weber Gonçalves, o motivo do crime não foi revelado pelo acusado, já que ele teria afirmado que só se manifestaria sobre o caso em juízo. De acordo com o que foi apurado pela reportagem, policiais militares realizavam patrulhamento de rotina pela cidade de Alto Alegre, por volta das 18h00, quando receberam denúncia de que estaria ocorrendo o desentendimento entre duas pessoas em uma residência na rua Thimotes Ribeiro. Com a informação, os policiais foram ao local e encontraram Santos já sem vida no imóvel, apresentando sinais de golpes com faca.

Prisão
O acusado do crime foi preso momentos depois quando os policiais o encontraram escondido em um pasto.
Os PMs chegaram a ele depois que um policial que estava de folga avisou que o rapaz estaria fugindo pela rua Quintino Bocaiuva, na região central. A partir daí as buscas se concentraram na área e o auxiliar geral acabou preso quando tentava fugir por um pasto, e carregava a faca usada no crime, que foi apreendida para averiguação.
Ele foi levado para a Delegacia de Alto Alegre para prestar mais esclarecimentos, mas se negou a falar sobre o caso. Ele foi conduzido posteriormente para a Cadeia Pública de Penápolis, onde está à disposição da Justiça. O corpo de Santos foi conduzido ao Instituto Médico Legal (IML) de Araçatuba, onde passou por exames necroscópicos. 
Um inquérito foi instaurado pela Polícia Civil de Alto Alegre e o caso será investigado.

Cidade sem homicídios
Há seis anos que Alto Alegre, com pouco mais de 4 mil habitantes, não registrava homicídios. O último caso ocorrido chocou, não somente a pacata cidade, mas também toda a região, quando o auxiliar de enfermagem Dirso Belarmino da Silva matou a tiros sua ex-namorada, Eunice Berto Toldato, e a filha deles, a pequena Pâmela Flaviane Berto Toldato da Silva, que na época tinha apenas sete anos. Outra criança que também estava na casa, filha da vítima, que tinha 12 anos, também foi baleada, mas sobreviveu. Dirso enfrentou, em março de 2013, um júri popular de mais de 15 horas e foi condenado a 58 anos de prisão em regime fechado. A pena foi elevada ainda em mais dez anos depois que o Tribunal de Justiça acatou o recurso apresentado pelo Ministério Público. (Rafael Machi)