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16/12/2018
CANTINHO DA SAUDADE
Memórias do Carboni: Lixo e mato na cidade
O DAEP tem um projeto de cadastrar pessoas interessadas em conservar limpas as calçadas defronte suas casas e dar a elas vassouras e sacos plásticos para colocar o lixo. O primeiro ponto é saber se a autarquia tem condições financeiras de bancar continuadamente esta despesa porque se houver grande adesão o custo será altíssimo e o projeto minguará em pouco tempo e tudo voltará a estaca zero com um gasto inútil de dinheiro. Depois é preciso fiscalizar se quem aderiu ao programa está realmente cumprindo-o e se não estiver qual a punição que receberá, pois é bem possível que o brasileiro, folgado como é, usará os sacos plásticos para outra finalidade. Haverá funcionários suficientes para tal? Certeza que não. A solução não é dar material e sim conscientizar e exigir que as pessoas mantenham suas calçadas limpas e transitáveis. O que está faltando é educação para as pessoas. Na verdade, a maioria cuida bem da frente de suas residências, já em outros lugares tem-se a impressão que a casa está abandonada. Outro projeto semelhante referente as calçadas aparentemente naufragou. É o chamado “calçada linda” que visava a construção de calçadas onde não as houvesse e reparos e consertos naquelas esburacadas. Começou com força total prometendo multar quem não obedecesse a nova lei e isto e aquilo só que murchou e não se fala mais nada sobre o assunto. Outro problema são as praças e em Penápolis há muitas delas. Algumas são bonitas e bem cuidadas pelos moradores da redondeza, já outras, juntamente com várias ruas e terrenos baldios, viraram verdadeiros lixões com o beneplácito das autoridades. Além do lixo, outro problema que enfeia a cidade é a grande quantidade de mato nas calçadas, guias e sarjetas e em alguns lugares até na rua. A predominância é do tal “pé de galinha”, mas há ervas de vários tipos como carrapicho e jurubeba. E isso não é só na periferia não e sim até nas ruas centrais, igreja matriz, bancos, bares, escolas e casas de famílias ricas. Não custava nada o morador ou o proprietário do estabelecimento comercial arrancar estas ervas enquanto forem mudas novas porque isto não vai apequenar ninguém só que deixam tudo nas costas da Prefeitura. Tempos atrás a Prefeitura disponibilizava um funcionário aplicando um “mata mato” que controlava as ervas, mas apareceu um paladino defensor da natureza que achou que aquelas gotículas iam prejudicar humanos, plantas e animais, e foi aprovada uma lei, não sei se estadual ou municipal, proibindo tal prática. Estranhamente a lei continua permitindo a aplicação de defensivos agrícolas, que na verdade não passam de veneno, em plantações de tomate, pimentão, morango, melancia, laranja e em mais uma centena de variedades. Isto quer dizer o seguinte: em um pé de grama ou capim que você não vai comer não pode ser combatido com veneno, mas frutas, legumes e cereais que servem de alimento para humanos e animais recebem 6 ou 7 aplicações durante seu ciclo produtivo. Enquanto isso apenas um funcionário municipal fica com uma enxada inutilmente tentando combater esta praga, porque como as raízes continuam no solo, rebrotam rapidinho. Será que dentre nossos doutos representantes não tem nenhum interessado em rever a tal lei impeditiva ou achar meios de obrigar o morador a cuidar bem de sua calçada. Nas grandes plantações o defensivo, ops, veneno é aplicado por aviões e caem não só no local pretendido, mas se espalham pelas matas remanescentes, mas cujos proprietários as veem com maus olhos como um empecilho para sua ganância, matando todo tipo de vida selvagem e quando chove ainda poluem os morimbumdos riachos, córregos e lençol freático. Só que na cidade não se pode usar nem um misero espirro de veneno em uma erva daninha.
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