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ESPORTES
07/02/2016
CANTINHO DA SAUDADE
Memórias do Carboni: Usando o plano “B”
O jogo contra a Casa das Noivas era amistoso, mas, estava bem difícil para nós. Mesmo jogando em nosso campo encontrávamos muita dificuldade e resistência por parte de nosso adversário. Na verdade, todo jogo contra a equipe da Casa das Noivas, seja em campeonato amador ou em amistoso, sempre foi muito difícil. Não é superstição não, mas, toda vez que enfrentávamos equipes que vestiam uniformes preto, o jogo era difícil e a Casa das Noivas era uma dessas equipes. Naquele domingo a tarde estávamos perdendo de 1 a 0 e apesar de nossas perigosas investidas, não conseguíamos empatar, em boa parte devido a boa atuação do goleiro adversário, que estava numa forma física e esportiva impecável. Como eu disse, o jogo era no campo do Curtume e no segundo tempo estávamos atacando em direção ao chamado “gol de baixo”, aquele que ficava mais perto dos barracões. Como o tempo passava e o gol não saia, fomos obrigados a por em ação o plano “B”, aquele que é engendrado fora de campo. O plano “A” é ganhar o jogo dentro de campo, sem ajuda externa que não fosse o da torcida ou de algum jogador reserva que entrasse no jogo. Como esse plano “A” não estava funcionando o jeito era apelar para o plano “B”. As traves eram de cano de ferro e aquela que era chamada de “trave de baixo” possuía alguns furos devido ao tempo de uso e esses furos serviam de porta de entrada e saída de marimbondos pretos, que haviam feito uma colmeia dentro dela. Se ninguém mexesse com elas, não havia problema algum, podendo se jogar a qualquer hora do dia, mas, se fossem pertubadas a situação seria bem diferente. Como o tempo passava rápido, nós não pensamos muito e mandamos o Tarzã pegar um pedaço de galho e dar umas pancadas na trave. E foi o que ele se prontificou a fazer, até porque ele já gostava de uma coisa mal feita que só ele e também porque seu amor pelo time era muito grande. Munido de um pedaço de galho de árvore ele deu várias e rápidas pancadas na trave e voltou correndo. Sua pressa tinha razão de ser, porque logo em seguida, um furioso enxame de marimbondos saiu do buraco a procura do agressor, assustando o goleiro que não quis mais saber de ficar embaixo da trave, para não ser ferroado. Como os insetos se mantiveram em revoada o goleiro ficou bem avançado da linha do gol e estava mais preocupado com os marimbondos do que com o jogo e foi devido a essa desatenção que conseguimos empatar através de nosso jogador Espirro. O time adversário não quis mais continuar jogando, alegando que aquele fora um golpe baixo e saíram de campo, mesmo porque eles estavam cansados e o jogo já estava no fim. Sim, em algumas situações, quando o jogo está difícil e você não vê solução da maneira tradicional, é preciso inovar nas táticas.
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