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10/05/2011

Artigo

 

Outono em Penápolis e a cidade em chuteiras

 

João Luís dos Santos

 

Eu e outros intrusos acompanhamos o jogo do CAP contra o XV de Jaú na cabine da Rádio Difusora, junto com a equipe da emissora. O local onde costumeiramente assisto aos jogos estava tomado por dezenas de torcedores que chegaram antes de mim no Estádio, nesse domingo, Dia das Mães. Também parte do “nosso cantinho” foi cedido aos diversos cinegrafistas, de diversos canais de televisão que vieram a Penápolis registrar o certame.  E lá da cabine da Rádio acompanhamos cada minuto do jogo. Os mais velhos informaram que nunca antes na história da cidade, o Estádio Municipal Tenente Carriço recebeu tão expressivo público para uma partida de futebol. E não era para menos, seria e foi o jogo mais crucial, senão mais importante, na história recente do Pantera da Noroeste. Faltando poucos minutos para encerramento da partida, CAP já classificado para a Série A-2, foi emocionante ouvir a narração de Célio de Oliveira, que colocou o coração na ponta do microfone. Olhava a toda volta, penapolenses de todas as idades se abraçando, cumprimentando, de sorrisos abertos, numa fraternidade que em poucos momentos de nossa história são possíveis testemunharem. Uma espécie de catarse coletiva, em que todos esperavam somente a vitória, e essa conquista veio de braços abertos. Diversos nomes foram lembrados, como os saudosos Claércio e Morangueira. Uma ausência foi sentida, corintiano e capeano Dr. Pardi, recuperando de delicada cirurgia. Torcedores do Corinthians, do Palmeiras, do Santos, do São Paulo, todos unidos em torno do Penapolense. Militantes do PT, do PSDB, do DEM, do PV, do PMDB, do PDT, todos juntos torcendo pelo CAP, junto com a imensa maioria que não é filiada a nenhum partido político. Católicos, metodistas, batistas, espíritas, umbandistas, evangélicos em geral, todos cristãos e capeanos, sobretudo penapolenses. Crianças, jovens e idosos, homens e mulheres, negros e brancos, ricos e pobres, todos unidos na alegre comemoração da Terra de Maria Chica. Em cada rosto um sorriso, satisfação de sonho realizado. São esses laços de pertencimento, de fraternidade e de solidariedade que uniram todos os penapolenses, sejam aqueles que aqui nasceram ou aqueles que aqui escolheram para viver e permanecer. A despeito dos possíveis conflitos políticos, sociais, ideológicos, religiosos, geracionais, futebolísticos, estávamos todos lá, no Estádio Municipal Tenente Carriço, dia 08 de maio de 2011, domingo, Dia das Mães. E o mais sublime e comovente do triunfo do CAP, antes de tudo, é perceber que o povo penapolense estava vivenciando o triunfo de nossa cidade. Que assim seja.

 

(*) João Luís dos Santos, professor e advogado. Prefeito do Município de Penápolis – SP.

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