31/12/2014

Em cada coração uma saudade

Não é uma retrospectiva. Tudo já passou. Lições ficaram. Experiências, acontecimentos positivos deixaram suas marcas para melhorar a vida do homem. Os acontecimentos negativos e as experiências desacertadas ficam no passado. Arquivadas, mas com relevância para o aprimoramento. Já foi falado que quem desconhece ou ignora o passado corre o risco de repeti-lo. Pior se a repetição for em cima de coisas ruins ou desnecessárias. Mas o tempo é implacável. Passa mesmo. Agora parece que passa mais rápido. Não é não. Passa do mesmo jeito. É que o avanço tecnológico nos impõe uma série de compromissos paralelos e que exigem rapidez na solução. Impõe-se uma competitividade exacerbada. Num piscar de olhos fica-se para trás. As mudanças atingem todos os patamares da atividade humana neste início de século e de milênio. Parar para uma reflexão profunda é muito mais do que um balanço geral do estoque do estabelecimento comercial. É muito mais do que as auditorias nas contas das grandes empresas. Triste mesmo é quando esse balanço retrospectivo é feito nas contas bancárias, o limite da conta ultrapassou. Os juros são altíssimos. Treme-se, angustia-se porque o mês de janeiro nos impõe uma série de contas obrigatórias ou rebaixaremos o nosso nível de vida. Assim o tempo passa como dizia um conhecido e competente locutor esportivo. Mas passa deixando marcas. Esperanças foram plantadas. Investimentos foram feitos. Os resultados muitas vezes ocorrem de acordo com o esperado. Ficam beneficiados os que recebem o apoio, as condições próprias para o desenvolvimento. Ultrapassa-se as condições dos que lutaram, ampararam, investiram. É isso mesmo o avanço faz parte da evolução. Lamentável é o que comumente ocorre. Não houve o desenvolvimento da cultura do reconhecimento, da gratidão. Gratidão deve fazer parte de vida de todos porque ela mantem a proximidade e abre novas portas. Esquece-se. Muitos são colocados e esquecidos em asilos. Não há mais tempo para dedicação. A corrida para a satisfação pessoal e monetária vence obstáculos que na verdade estarão à frente, em breve período de tempo. Por isso a reflexão sobre a vida é necessária sempre e, especialmente, em momentos especiais. O passado não está morto. Ele é base do hoje e corre-se o risco de repeti-lo, como disse e de forma inapelável. O movimento para a frente deixa um rastro que fica cravado em cada um. Fica indelevelmente marcado quer queira, quer não, não fundo da alma, e do coração como uma saudade sem volta. Vivamos um novo ano com o coração cheio de esperança e de mãos dadas porque não somos únicos e nem uma ilha.

Vanir Cavicchioli, Penápolis/SP, por e-mail