25/08/2012

21 de agosto: Primeira grande ausência de uma vida que se foi

Você - filho do campo com seus sonhos e andanças com o velho jipe de guerra de combustível a diesel e de fortes pneus pesados e antigos – assim – porque econômico e confiável no pisoteio na lama no arrastão de coisas úteis e inúteis. Transformando-o como queria e como precisava a serviço de todos. Sua tendência criativa tudo ajeitava, prático e de bom saldo aos gastos: Pra casa, pra roça, pra compras e para o fueiro do carro cansado, da manivela perigosa do poço, da sempre encrencada bomba d’água e o chuveiro lá de fora. Por que falar? Eram tantas e de um tempo pobre, mas que vivíamos sempre juntos e juntos da chuvinha mansa e fria e das manhãs azuis do amanhecer limpo cuja relva brilhava ao longe no banho do sereno.
Homem – ouvia-me contar da minha geração lá de trás: da sua evolução lenta, tranquila, despojada de grandes sonhos com seus costumes e princípios conceituados no bem estar, na educação, no civismo, no trabalho, no dever cumprido nos caracteres bem generalizados (herança do fio do bigode - com certeza).
Desconheciam-se furos alarmantes de sonegação de direitos adquiridos, falcatruas com suas corrupções em todos os setores querem comerciais e nacionais ou não. Ondas de assaltos, violências que sangram, aberrações que chocam e desumanizam, sem citar males doentios, viciosos da comunidade.
Falamos muito agora do desenvolvimento agro pastoril potencializando a economia patrimonial; na conservação do solo e do lençol freático de fontes limpas de água, a maior riqueza soterrada pelo aniquilamento de grandes áreas desbastadas nas formações de chuvas violentas que ora se formam arrastadas pelos ventos devastadores; e a mão do homem aventureiro aí está pelos desmatamentos desenfreados de grandes áreas cujo vento livre empurrado pelo acúmulo de altas temperaturas atingindo grandes velocidades. E dizia ainda: sobram os encantos dos ipês da beira dos caminhos numa floração de várias cores que desafiam os arcos íris luminosos depois de tantas chuvas, a revoada altíssima e distante de formação sincronizada desses pássaros selvagens numa ordem secular migratória. Da simbologia lunar com seus minguantes e crescentes numa leitura milenar de seus efeitos sobre a terra – Tudo – numa visão aberta da vida sobre o homem.
Amante da música popular via-a agora indiscrimada saltando fronteiras nos corredores da internet num apelo da discriminação de raças e classes. E até tarde na última noite em casa chegamos a falar – Veja só Claudio na transposição do velho Chico para irrigar o solo queimado do agreste selvagem e inóspito aliviando a fome incrustada devolvendo-lhe o verde cozido. Por que lançar esse mundo todo de água só no oceano; Ele já a tem pelos outros rios e as grandes chuvas, dizia.
Mas você se foi... Vamos lembrá-lo sempre e da sua falta de sorte de não ter tido uma Universidade.
Que Deus o tenha até sua volta – Ele quer, Ele precisa...
Já se falou...
O homem é o genial marroeiro do pensamento próspero que o habita.

Maria Cândida, por e-mail