05/07/2012

Acróstico

Caminhas, caminhas, caminhas, tendo o

Luar como amigo inseparável e fiel.

As notas tangentes e dolentes ressoam,

Urgem, sobretudo no seu coração de menino,

Do menino homem, homem menino,

Inquieto, desejoso de gritar a paz,

O amor, o bem, tão inexistente, hoje.

Da vida exiges pouco. Não reclama.

Aceita o que vem, o que vai. Não perturba.

Válida é sua maneira de ser. Não crítica, nem

Interfere. Canta, toca, entoa notas oriundas

Do âmago de um artista amante e solitário.

Galgas os sonhos das noites feiticeiras.

Amas o bom, o belo, o infinito reluzente

Lamenta não ter asas para chegar às nuvens

Libertar as chuvas que ali se escondem

Indiferentes ao ribombar dos trovões.

Este acróstico fiz para meu sobrinho no ano de 1982, juntamente com uma gaita comprada na loja ‘A Disposição’, dos irmãos Sabinos. Era um exímio tocador desse instrumento musical.

Saudades eternas.

Por Tia Ignes