12/05/2011

Pela volta das lindas carpas no lago da fonte

                               Quando eu te encarei frente a frente, não vi o seu rosto,
                               Chamei de mal gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto.
                               (...)
                                             Caetano Veloso (música Sampa).

Se questionada sobre o que achavam românticos, belo, sinônimo de paz, poético ou tudo junto, os penapolenses geração dos anos 50 a 70 com certeza não deixam de citar o Cine São Joaquim, o Hotel Soares, a Igreja Matriz, o Instituto de Educação Dr. Carlos Sampaio Filho, o Salto do Avanhandava e, com certeza, a Praça Dr. Carlos Sampaio Filho e sua linda fonte luminosa. A gente ficava ali, ouvindo as lindas músicas do Ray Conniff, Billy Vaughnn, olhando os movimentos e coreografias das iluminadas e coloridas águas.  Esperei tanto, falei tanto, cobrei tanto, mas penso que o prefeito João Luis, de fato, não me ouviu e, lamentavelmente, não teve a assessoria necessária para ajudá-lo a restaurar a Praça, devolvendo-nos exatamente como o saudoso prefeito Joaquim Veiga Araújo nos presenteou em 1958. Para minha tristeza olho para a Praça e não consigo ver seu rosto, exatamente como o Caetano fala na poesia da sua música Sampa. Esperava que, exceto os banheiros que deveriam se adequar à nova tecnologia oferecendo conforto, limpeza, boa iluminação, segurança, tudo deveria permanecer exatamente como era no passado, com o esforço especial de, mediante convênio com uma boa Universidade, ter replantado todas as árvores, infelizmente descuidadas nos últimos anos. A trabalho ou passeio conheci muitas cidades em todo Brasil, suas praças, museus, e vi como preservam seus patrimônios históricos. Como sempre faço quando estou na cidade, visito a Praça Dr. Carlos Sampaio Filho. Numa das visitas encontrei o Prefeito e seus assessores vistoriando a Fonte Luminosa, antes da inauguração no ano passado. Questionei sobre o retorno das lindas e coloridas carpas e ouvi a opinião do secretário José Santino, que penso não ser especialista no assunto, de que era impossível a sobrevivência de peixeis em água clorificada. Confesso que, mesmo sendo cristão e evangélico, olhei para ele e cometi o pecado de ter raiva. Por esta reação me arrependo e peço-lhe perdão. No entanto sai de lá pensando: Como o prefeito Joaquim Veiga de Araújo e outros mantinham as carpas na Fonte? Que água era aquela? Do Lajeado? Do Maria Chica? Do Tietê? Para eliminar dúvidas, procurei a minha amiga Dra. Patrícia Carraschi Travensolo, mestra e doutoranda em Biologia pela UNESP em Jaboticabal, doutoranda e pesquisadora especializada em peixes. A jovem doutora sorriu e disse que o Secretário está profundamente equivocado ou mal assessorado, pois existem produtos adequados para tratar a água clorificada, deixando-a saudável para sobrevivência dos peixes. Para mostrar ao João Luis, José Santino e demais penapolenses, que é possível criar peixes em água clorificada e tratada, filmei o lindo e gigante aquário no interior do Max-Shooping em Jundiaí/SP, e postei no Yotube. Acessem, por favor, os sites a seguir e comprovem o que estou afirmando: http://www.youtube.com/watch?v=y3EF8S1-qCY&feature=autoplay&list=ULE2e3IWUgzl4&index=4&playnext=8, http://www.youtube.com/watch?v=r4ft-KxW2Ug&feature=BFa&list=ULE2e3IWUgzl4&index=5. Espero que devolvam as lindas carpas à Fonte Luminosa, para alegria das crianças. Para proteção das carpas e da Praça sugiro que o Prefeito crie a prometida Guarda Municipal desarmada, mas tecnologicamente equipada. Agradeço o Ilson José Caputo por ter colocado no Yotube lindos e históricos vídeos sobre a história de Penápolis, possibilitando aos penapolenses que moram no Brasil, e até no exterior, ver a Praça Dr. Carlos Sampaio Filho no passado. Adorei também ver filmes mostrando a beleza do Salto do Avanhandava em 1951.

(*) Walter Miranda, penapolense temporariamente residindo em Araraquara