02/03/2011

O parto da Montanha (Fábula de Esopo) 

Há muitos e muitos anos uma montanha começou a fazer um barulhão. As pessoas acharam que era porque ela ia ter um filho. Veio gente de longe e de perto, e se formou uma grande multidão querendo ver o que ia nascer da montanha. Bobos e sabidos, todos tinham seus palpites. Os dias foram passando, as semanas foram passando e no fim os meses foram passando, e o barulho da montanha aumentava cada vez mais. Os palpites das pessoas foram ficando cada vez mais malucos. Alguns diziam que o mundo ia acabar. Um belo dia o barulho ficou fortíssimo, a montanha tremeu toda e depois rachou num rugido de arrepiar os cabelos. As pessoas nem respiravam de medo. De repente, do meio do pó e do barulho, apareceu ... um rato. Moral: Nem sempre as promessas magníficas dão resultado impressionante. Esta Fábula me veio à lembrança quando li, na imprensa de nossa cidade, que a Câmara Municipal realizaria no dia 23 deste mês encontro entre representantes da administração municipal e médicos para discutir o Pronto Socorro, tendo sido também convidados o promotor de Justiça, Dr. Fernando César Burghetti e o Conselho Municipal de Saúde em reunião a realizar-se ás 19,30 horas . Nos Jornais do dia 25 noticiou-se que a reunião, realizada na sede do Legislativo (LOCAL PÚBLICO) entre o prefeito João Luiz dos Santos, Vereadores (08), secretários municipais (01), médicos do Pronto Socorro Municipal ( ? ) foi bastante produtiva e esclarecedora. —— Um fato muito estranho aconteceu no início da Reunião: - O presidente da ÁGORA -Associação de defesa da cidadania – ( uma entidade que luta pelos direitos dos cidadãos, de reconhecida utilidade pública), o sr.MARCOS ROBERTO CAMILLO, FOI IMPEDIDO DE PARTICIPAR da mesma, e, NO ENTRETANTO, o Sr. Prefeito se fazia acompanhar de um possível candidato à sua sucessão pelo PT. "A Reunião que se realizava no Plenário da Casa do Povo penapolense, sede do Legislativo e dos representantes do Povo, onde nunca poderia acontecer uma Sessão Secreta. Ou não era? e, se não era?, porque proibir a presença de um cidadão, mesmo que não fosse o Presidente da ÁGORA, para ouvir e, mesmo opinar, caso o assunto fosse de interesse do povo de Penápolis." Pelo que a imprensa publicou - (release fornecido pelo gabinete do prefeito) -" A reunião foi "bastante produtiva" e serviu para que todos os envolvidos assumissem o COMPROMISSO DE ENCONTRAR O MAIS RÁPIDO PÓSSIVEL UMA SOLUÇÃO BENÉFICA PARA TODA A POPULAÇÃO" ou seja: Mais um parto da montanha.

(*) Edison J. Geraissate, por e-mail