26/08/2010

Situando um lugar para a aprendizagem humana

Grandeza ou miséria, mas, para o ser humano, a natureza não basta. Ao contrário dos demais animais que já trazem ao nascer uma bagagem instintual que lhes garantem ancoragem imediata na realidade, o ser humano terá sempre esta ancoragem mediata: primeiro pela mãe ou seu substituto e, depois, pela linguagem e pela cultura. Pois o instinto não ensina o que é ser homem ou mulher, falar esta ou aquela língua, construir abrigos e vestimentas, alimentar-se, produzir, apreciar, divertir-se... desta ou de outras formas, observa Pain (1988), que vê na sexualidade e na aprendizagem humana o equivalente funcional do instituto (Avaliação Psicopedagógica para Criança, p. 49). Sara Pain se expressa claramente o que tivemos a felicidade de assistir na APAE de Penápolis na noite de segunda-feira, 23 de agosto, onde com amor, carinho e profissionalismo, demonstraram através de peças teatrais a verdadeira afeição ao ser humano. O que, nos dias de hoje, falta em muitos lares, eles procuraram, juntamente com os familiares dos alunos por eles assistidos, mostrar como se faz a verdadeira família. Parabéns a todos dessa instituição, pelo trabalho realizado, vocês são pessoas especiais na aplicação da atitude clínica interna, pois poucos como vocês sabem que:

Ouvir não é o mesmo que escutar.
Olhar é diferente de ver, enxergar.
Entender não é o mesmo que compreender.
Simpatia não é o mesmo que empatia.
Recipiente não é o mesmo que continente.
Ser bonzinho não deve ser confundido com ser bom.
Adivinhar ou palpitar não é a mesma coisa que intuir.
Falar não é o mesmo que dizer.
Saber não é o mesmo que, de fato, ser.

(*) Luiz Carlos Martins Teixeira, pós-graduado em Psicopedagogia Clínica, é diretor do Centro de Formação de Condutores de Penápolis e do Sincomércio