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CARTA DO LEITOR
27/02/2022
Outro trabalho da “antologia” de escritores organizado por Reis de Souza em 1988, na cidade de Brasília, escrito e assinado por mim Vó Maria, que neste momento compartilho com o Diário de Penápolis...
Aracema
Meu nome é Aracema, sito assim, em cumprimento do que ouvi de Elza Soares (Garrincha) quando se referiu ao planeta fome.
Ela sofrida, mas nessa imensidão do continente “brasílico” uma tristeza ouvir-se e saber-se que naquela época quase igual a essa atual, sendo que na época festejava-se o passeio milionário dos nossos homens a lua: o que foi feito com honras, mas as pessoas da época sofrendo por chamar-se nosso planeta terra de Planeta Fome.
Elza Soares nome artístico de Elza Gomes da Conceição, casada com Garrincha, quando tão sofrida com a família “gente de expressão trabalhista” nos seus deveres e que a fome os dominava. Aqui vai o que Vó Maria assim sabia através do mercado de trabalho.
Meu nome é Aracema!
...Que escreveu na época em destaque aos valores dos homens!
Onde fica a criança aqui? Essa criança da rua...
Da favela
Da fome
Do Desamparo
Como sobreviverá se o mundo sempre esteve marcado por uma série de transições violentas em todos os seus valores éticos, morais e conceituais. E sempre teve como consequência uma série de fatores para não se dizer da soma...
Da eclosão
Do choque
Do encontro
Do desencontro
Da aceitação
E não aceitação de resultados, que sempre dizem respeito ao próprio progresso, para o próprio bem-estar dos indivíduos que resulta em barreiras de classes, dentro da própria demografia.
Correntes que vem arrastando-se desde as descobertas e invenções para aquisição e a conquista própria de materiais necessários, junto ao preparo educacional de massas e tecnologias de superação
Do tempo
Do trabalho
E do próprio superavit da economia.
Sem se falar das mil e umas preocupações ao preparo e preservação do meio ambiente...
Do domínio da própria saúde
Da cultura
Dos direitos
Da habitação
Do emprego
Das defesas
Dos limites necessários: Uma máquina invisível no tempo e no espaço construindo e destruindo tudo para a própria combustão.
E onde fica a criança nisso tudo?!
Embora condições culturais imponha regras e exigências, a sociedade constituída: respeitar e ser respeitado – e impõe liberdade limitada pelo direito de outrem. E a criança indiferente? Mal-amada? Sem um lar? Os grupos têm seus códigos e à medida que evoluem esses mesmos códigos, tornam-se obsoletos que serão modificados.
E a criança? E todo o grupo social aplica as sanções, mas acaba de uma certa forma aderindo a mudança do comportamento ético e moral.
E a criança? Essa criança...
Pé no chão
Sem pátria
Sem raça
Sem nação
Sem futuro
Espúrio da sociedade universal, onde fica?
No palco da vida? Nas pontes estelares ou debaixo de nossas pontes? Serão delas as expedições colonizadoras de outros mundos, outras galáxias?
Serão entradas? Serão bandeiras?
Serão ETS, as She-ras’s, os He Man’s das novas cruzadas, dos novos descobrimentos?
Serão essas crianças tão faladas no ano internacional das crianças?
Aracema de todos os lugares! Que fazemos, que fizemos por vocês?! Serão vocês os heróis de amanhã?! Ou serão os primeiros na evolução dos seres. Por suas cargas tão pesadas, tão desumanas, a ponto de superarem todas as dores, todos os horrores, todos os limites da carne e da sensibilidade humana?!
Crianças, se um dia isto se fizer claro, o que serão dos homens do poder que se degladiam ante a composição de suas próprias leis e de seu próprio poder.
Hoje é o Dia Internacional da Mulher.
Constituintes, criem! Preservem os seus direitos! A mulher é a célula mater de uma nação. Do seu ventre sai a criança. Da sua boca o seu alimento. Da sua luta a sua garra. A mãe está acima de qualquer Constituição.
Aparem-na, antes de tudo que estão amparando a nação, e a si próprio, como integrantes e governantes dela.
Vó Maria Cândida Virgílio Galli, Penápolis/SP, por e-mail
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