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CARTA DO LEITOR

21/07/2019

Histórias que se passaram...

...Meu Deus! É isso aí! E bem me lembro!
Estudava no Colégio Coração de Maria quando Coronel Virgílio – na época – por ser auxiliar confidente de Bento da Cruz – recebia toda tarde – por serem vizinhos e na varanda da nossa casa; sentados em confortáveis cadeiras preguiçosas – da época – vivenciando histórias políticas do passado; naturalmente da primeira pedra plantada no chão pelo assentamento da “Santa Casa” tão necessitada – hoje o grandioso hospital local – grandioso sim! Basta percorrê-lo como o fizera na minha ´dengue´ - tão inoportuna. Era então falado o 17 de setembro de 1919 – quando estiveram presentes em comitiva o secretário do interior – formado pelo próprio gestor – Coronel Bento da Cruz, o jurídico - e o prefeito Renato Dias de Aguiar e seus administradores - num registro pelo jornal paulista e pelo diário local.
O Coronel Virgílio empossado juntamente com o Coronel Bento da Cruz na outorga do título pelo Regente Feijó, cujo governo achava-se ausente temporariamente pelos serviços prestados sempre e muito no desenvolvimento político e populacional do país.
Estivera também Dona Leonor Cruz, que tão logo falecera pelas febres incuráveis e o seu filho adolescente cujo túmulo na necrópole local – hoje e sempre – logo na entrada à direta; túmulo montado com pedras brancas e um anjo encimado – se ainda a roubalheira vergonhosa que já desfigurou essa arte religiosa e cara para todos – não tomara conta.
Para chegar-se ao local do assentamento foi designado um grupo – que com foice, enxadão e tudo mais abriram caminho até lá – pois que ali – esse local tinha os quarenta e poucos metros acima do nível do mar exigidos; o apostulado lá do norte – trinta e poucos metros.
Coronel Bento da Cruz buscara assim a universitária que juntos estudaram na capital. Fizera para ela essa casa “preservada” sempre em frente ao primeiro grupo escolar!... Ali permaneceram até cumprida a missão jurídica na “extensa noroeste” e a moça indo embora primeiro e logo depois Bento da Cruz – a chamado – quando ao retomar o bonde – o uber da época – acidentara-se caindo dele e que chegara a óbito. Boneca - o nome da moça por sua beleza - levara-o (restos mortais) para Rio Grande do Sul, junto à família cujo pai também já descansara depois de longa vida como oficial da Marinha Mercantil oriunda da Espanha.
Assim ouvira e outras histórias contadas sempre.

Maria Cândida Virgílio Galli (Vó Maria), Penápolis/SP, por e-mail

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