15/05/2018

HISTÓRIAS DA VIDA 
No início da década de 1950, época que o Bairro Araponga (Penápolis) era coberto de cafezais e a maioria de seus habitantes além de muita fartura, desfrutava de uma tranquilidade absoluta. Mesmo as pessoas menos favorecidas possuia uma educação impar. Recordo-me que no ano de 1953 passava pelo nosso quintal duas senhoras afrodescendentes que utilizavam-se do nosso carreador para acessar a Fazenda Santana aonde elas moravam. Como era época de abacate maduro o solo ficava coberto e uma daquelas senhora dirigiu-se até mim e perguntou se seria possível agraciá-la com um daqueles abacates que estavam no chão, e eu disse a ela, esse abacate que está no solo não, e sim que ela apanhasse do pé quantos abacates seriam necessário. Passaram-se 65 anos e aquele acontecimento permanece como se estivesse ocorrido hoje. Embora esse relato nos parece simples, porém a mim foi muito significativo para conduzir minha vida, até por que a atitude daquela senhora, que olhando dezenas de abates caídos no chão, e possuir a humildade de pedir -me se seria possível eu agraciá-la com apenas um abacate, enquanto nos dias atuais onde é denominada há era moderna, sugiro que se alguém possuir um abacateiro com fruto maduro, aconselho que o cerquem com arame farpado, visto que corre um sério risco de levarem até o pé.

Virgílio Melhado Passoni, Jandaia do Sul/PR, por e-mail