03/09/2017

O passado que não passou

Quem me dera que o tempo voltasse de novo 
E junto ao meu povo eu voltasse a viver
Pescar lambaris no Córrego Arapongas
Dos tempos felizes que não vou esquecer
 
Das corruíras cantando no mourão da porteira
No galho da figueira cantava os bem-te-vi
O rastro das rolinhas deixado na areia
E nas terras tombada tantas juritis
 
Cafezais floridos enchiam os meus olhos
Entre as fileiras pés de melancia
Vizinhos humildes e sem preconceitos
Hoje é só saudade daquilo que fora um dia
 
Aos sábados de manhã burros na carroça
Nos seguia para a máquina para o arroz limpar
Trazia também lata de querosene
Pois só haviam lamparinas para clarear
 
O rádio a pilha para ouvir as modinhas
Já de madrugada estava ligado
Chaleira fervendo no fogão a lenha
E minha mãezinha sempre ao meu lado 
 
Essa história escrita do túnel do tempo
É uma história real que vivi no passado
Penápolis querida e toda sua gente
Dentro do meu peito eu trago guardado

Virgílio Melhado Passoni, Jandaia do Sul/PR, por e-mail