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CARTA DO LEITOR

02/09/2017

FOLCLORE

Agosto é o mês do folclore, com seu frio madrugador... meados do inverno com seu vento – o minuano - procedendo o outono com seus tapetes coloridos no chão de “folhas” que caem das árvores...
O folclore “musical” tão diferenciado do povo e de seus núcleos; das lendas, mitos, crenças, ditados – vejam só este: “Cajueiro doce é que leva pedrada” e muitos e muitos outros do Brasil continental com sua grande diversidade regional de homens criativos, comuns e até mesmo de poucas letras...
A música, sempre a primeira, de toda musicalidade diferenciada, nos seus usos e costumes...
Para amazonenses com seus recursos naturais da flora, vestindo sempre seus dançarinos quase nus, com fibras reluzentes vegetais, enriquecendo sua arte na dança de volteios sincronizados do “boi garantido” numa arte imaginária do espetáculo Parintins!... 
Bahia, rica também na sua cultura folclórica, herdada dos negros africanos, com seus “lunduns magoados”, diferindo de suas baianas de saias rodadas, corpetes rendados, cobertos de pérolas coloridas – humildade religiosa, lavando as escadarias do santuário colonial em meio as suas músicas ”sacras” e com seus tabuleiros armados na praça – servindo quindins, acarajés, vatapás e muita música – depois, já evoluída pela sanfona de seus autores – os nordestinos pátrios.
Goiás velho – divulgado pelos cantos de Cora Coralina “in memoriam”, nascida na barranca do Rio Vermelho, banhando a casa de paredes grossas, montadas sobre barro pisado e cobertas com madeiramentos entre si (não havia o prego) casa já centenária dos seus familiares – outorgantes do império que lhe traziam e trouxeram muitos livros – tornando-se uma autodidata dessa rica cultura folclórica específica!... Minas Gerais – patrimônio enriquecido e famoso das obras do Aleijadinho, de suas igrejas e santos bíblicos recobertos de ouro e prata... Sem falar-se do Rio São Francisco - entrada do sertão mineiro que, em suas falas, “o velho Chico” não é da Canastra, mas do coração dos mineiros; com suas barcas passageiras e seus barcos de velhas carrancas para espantar “mau olhado” escondido entre margens solitárias e sóbrias – com suas aves noturnas de mau agouro: crendices, mitos que fazem do folclore, hoje, uma “ciência empírica” ricamente histórica da alma do povo!...
O gaúcho, ah! O gaúcho, orgulhoso de sua terra pródiga, para seus hábitos e costumes em seus ponchos caprichados, suas botas de perneiras sanfonadas, lenço no pescoço, bombachas largas, chapéu achatado na cabeça numa cultura bem diferenciada, certamente pelo clima único de dimensões fortes, cercando rios, lagos e querências que sobre seus cavalos fogosos e ligeiros fazem a ronda econômica de suas necessidades dizendo: pau deitado não apoia divisas – o velho folclore rico de Passo Fundo, cidade aberta na criatividade da arte.

Maria Cândida Virgílio Galli, Penápolis/SP, por e-mail

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