13/12/2016

Indignação seletiva?

Prezados senhores jornalistas,
Com todo respeito, não consigo compreender porque tamanha indignação relacionada ao julgamento que tornou o Prefeito Célio de Oliveira (PSDB) inelegível. Nesse mesmo ano de 2016 uma mulher proba e honesta, que jamais cometeu qualquer ato doloso que atentasse contra as leis do país ou que causasse prejuízos indevidos ao erário público foi removida da chefia do Estado (e governo) da República Federativa do Brasil.
Guardadas as devidas proporções, o ato do Prefeito Célio de Oliveira é muito mais grave e ímprobo que os atos da Presidente Dilma Rousseff, com a diferença de que esta se legitimou com quase 55 milhões de votos, e aquele com pouco mais de 17 mil. Os senhores colunistas consideraram correto apear a Presidente da República, mas choram pelo Prefeito e, em seguida, condenam o Poder Judiciário.
A mesma régua usariam os senhores para aquilatar as constantes violações praticadas pelo Juiz Sérgio Moro, flagrado com Aécio Neves em situação quase similar àquela descrita na bela canção “Garotos”, interpretada por Leoni (ambos entre “mãos e braços, beijos e abraços”)? Sérgio Moro protagonizaria a “justiça injusta”, esta mesma que declarou Célio de Oliveira inelegível? O Poder Judiciário é uno e podemos considerar-nos contemplados ou não em nossos interesses com suas decisões, mas taxá-lo como “injusto” não parece adequado.
Muitos bons cidadãos têm seus recursos julgados da mesma forma que o de Célio de Oliveira, mas nem todos contam com o apoio ostensivo da imprensa penapolense.
Deem voz, também, àqueles que estão do outro lado da história.

Cordialmente,

Rodrigo Fernando Azevedo Marques, Avanhandava-SP, por e-mail