10/03/2016

A mulher...
E já disse Cora Coralina: Todas as mulheres em todas as vidas – na vivência de seu tempo antigo que já se escoradas no trabalho ingênuo dessa mulher cabocla: era no quebranto do seu bem curativo, era no extravasado de males misteriosos. E falava da mulher lavadeira – água e sabão – com sua rodilha de pano na cabeça e sua trouxa pesada para o seu ganho tão pobre. Da cozinheira também pisando o cumbuco com seu alho e sal. Da madrugadeira, bem parideira, pé no chão junto aos seus doze filhos. Da mulher proletária, sem preconceito, casca grossa, se preciso. Da mulher roceira analfabeta, enxerto constante da terra  e sem dizer da mulher da vida desprezada, obscura só no seu ganho do vintém de cobre, escasso, sofrida. Sim, sempre a mulher que hoje na modernidade do seu tempo evoluída é inserida no trabalho rotineiro, necessário impregatício pela manutenção da saúde, da moradia, da educação dos seus pelo mesmo mirreis, sempre abaixo dos valores dos estatutos da economia vigente no mercado nas diferentes do ganho maior do homem: Por quê? Sobre esse ser sustentável da própria vida  e sua criação. Esse ser mulher insubstituível, é pra se pensar além da degradação que passa, ante a nação explorada, pelos nobres que se acham no comando.  

Maria Candida Vergílio Galli, Penápolis/SP, via carta