15/10/2015

FLAGRANTES DA VIDA REAL
(Uma homenagem a uma grande pessoa, que conheci, um verdadeira companheiro de vida e trabalho)

No exercício da profissão que abraçamos em nossa vida, conheci muitas pessoas, umas mais exigentes, outras mais alegres , introspectivas , introvertidas e etc. que quando nos lembramos delas deparamos com fatos pitorescos que nos traz muitas saudades , e intrinsecamente “ morremos de rir”. Então vejamos, no começo dos anos 80, quando então gerente da Agência de Cândido Mota–SP, do Banco Itaú S/A , conseguimos formar uma equipe de trabalho da mais alta capacidade em absorver e executar a filosofia da empresa, e obviamente os resultados eram extremamente compensadores. Funcionários muito ligados à sociedade local, e em vista disto éramos sempre convidados a participar de festas na comunidade , aniversários casamentos e etc. E em uma destas ocasiões , após nos fartarmos de lauto  e variado cardápio em um casamento, fomos acometidos de forte distúrbio intestinal (para ser mais claro, diarreia ou dor de barriga) e a situação era tão delicada e constrangedora que mal podia dar um espirro, quanto mais ” sussurros anais” , acabei por baixar hospital , isto no período matutino . No entardecer , quase noite, recebi a visita de um dos funcionários mais dedicados da agência , porém , uma pessoa muito simplória , era um rapaz de baixa estatura de formas  rechonchudas  de sorriso fácil e leal, um líder de comunidade jovem, que atendia pelo nome de Valdir de Tal. Ainda atordoado , pela indisposição intestinal que ocasionou uma fraqueza da desidratação e ainda em jejum de alimentos  com soro nas veias e outros medicamentos  por via oral,sentia o meu estomago vazio com roncos exigentes reclamando algo para minimizar a fome aparente. Solicitei e dei ao meu visitante uma importância para que o mesmo fosse buscar alguma coisa salgada como bolachas e biscoitos de polvilho, o mesmo pronta e diligentemente saiu porta afora em busca do meu pedido, passaram-se cerca de 15 minutos aproximadamente , quando a porta se abrindo, podemos vê-lo adentrando ao quarto, com um  pequeno embrulho em papel manilha, já marcado pela vazão de alguma substância em uma das mãos e foi dizendo:  Seu Zé , demorei , porque o mercadinho já estava fechado, e para não deixar de atender o seu pedido, passei no bar  do Mineiro e trouxe estas linguicinhas de porco que foram fritas hoje de manhã mas ainda estão salgadas no ponto. Mui amigo este Valdir.

José Maria do Valle, Penápolis/SP, por e-mail