20/09/2015

LEMBRANÇAS DA VIDA 
Como as águas serenas dos rios que buscam a imensidão dos oceanos, assim é nossa imaginação que muitas vezes mesmo inerente a nossa vontade saem em busca de um passado que ficara escondido nas profundezas dos mares da vida. Presumo que por possuir uma mente privilegiada muitas vezes chego a sentir o perfume das flores do jardim que tínhamos a mais de meio século no bairro Araponga. Não só o perfume das flores como o sabor das frutas o cheiro do mato e das flores dos laranjais. Há momentos que tenho a impressão que nos tímpanos dos meus ouvidos tenho a percepção que ouço o latir dos cães que na calada da noite seus latidos faziam eco nas moitas dos bambuzais. Entre tantas lembranças que trago na vida, recordo-me da paineira florida que tínhamos próximo ao curral aonde no mourão da porteira as corruíras cantavam. Entre as ruas floridas dos cafezais as pombas juriti passeavam em busca de alimentos por sobre as terras macias que o arado havia deixado, onde não muito distante o galo cantava dando nos o aviso que o sol vagarosamente iria esconder-se no horizonte do tempo. Entre as lembranças que trago na vida recordo-me da ponte de madeira feita com vigas de aroeira sobre o Córrego Araponga que ligava á Água do Sete ao Bairro Araponga e no meio do dia com os raios solar que passava entre as vigas era possível ser vistos milhares de lambaris que passeavam serenamente sobre as água serenas daquele riacho. Essa simples cartinha que saiu da minha alma e um relato real que um dia vivi, foram dias felizes vividos em Penápolis essa terra querida que jamais esqueci.

Virgílio Melhado Passoni - Jandaia do Sul/PR, por e-mail