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CARTA DO LEITOR

19/09/2015

“A PRAÇA É NOSSA”

O primeiro tópico da coluna “Ponto de Vista”, sob o título “A praça é nossa”, do matutino de sexta-feira passada (11/09/2015), o jornalista Arci Lourenço Almeida abordou um assunto pra lá de preocupante: Sobre a praça Dr. Carlos Sampaio, um dos cartões postais desta nossa querida Penápolis. Não sei bem dizer se são os sinais de uma modernidade onde a liberdade de ações e reações se fazem presente pelo afrouxamento das leis deste nosso código civil, ou pela balbúrdia que vivemos nos dias atuais em nosso país, ou se a juventude está realmente caminhando a passos largos para uma destruição total de suas condições humanas, pois, o que temos visto são atitudes que no passado eram contidas pelas leis e pela consciência de cada um vivendo em sociedade, no passado sob a vigilância do Sr. Zico, um guarda que ficava na praça, até com atitudes enérgicas não era permitido andar de bicicletas lá, nem colocar os pés nos bancos, pisar na grama nem pensar, havia até placas advertindo a quem quisesse transgredir e até mesmo casais de namorados que extrapolavam os limites da decência lá estava o Sr. Zico em prol da moral e dos bons costumes. E hoje o que vemos? O comentário feito pelo editor da coluna e compartilhado pelo Walter Miranda em sua manifestação na neste mesmo espaço “Carta do Leitor” em 12/09/15, sábado, dando até mesmo soluções para o problema, e eu me junto a isto, uma vez que precisamos resgatar a paz e a harmonia daquele PRÓPRIO PÚBLICO, que foi a alegria e o encontro de muitas famílias que frequentavam aos finais de semana em uma interação muito saudável. Quanto aos bancos daquela época, mencionado pelo Walter Miranda, na página social no facebook “Encontro da Alma Penapolense”, uma comissão formada pela Dra. Alda, Ana Romera, Edyr Sabino, após o Sr. Mário Motta, filho dos circenses Motinha e Nhá Fia, que doaram um banco quando por aqui passaram e mencionou este fato nesta página, alimentou-se a ideia de procurar outros tantos que tinham desaparecidos e os acharam alijados, apinhados, empoeirados e destruídos pela ação do tempo, em depósitos do Daep e Secretaria de Obras, pois, foram substituídos por outros mais modernos. Esta comissão já fez reunião com o presidente da Câmara e com o Secretário de Obras para ver a viabilidade de recuperação e colocação na praça para que assim haja a perpetuação da história. Até mesmo o espaço destinado a apresentações (coreto) que no passado foi palco de grandes atrações e feitos, teve a sua mudança radical, o Dr. Edson João Geraissate manifestou-se neste mesmo jornal sobre a mudança das pinturas desta obra, que antes era rústica conforme o projeto e hoje multicoloridas tirando os efeitos anteriores. E então, e as memórias dos tempos passados? Estão sumindo paulatinamente dos nossos olhos, ficando somente nas lembranças dos que viveram as épocas douradas, onde podia-se expressar sentimentos com respeito a tudo e a todos. Por isso com propriedade pergunto: será que ainda a Praça é nossa? Pois, pelo andar da modernidade não será difícil, naquele mesmo lugar onde tem um frondoso pé de Ipê, que todos os anos nos brinda com uma carga de flores maravilhosas, ser erradicado para a construção de edificações comerciais, é tão somente comprovar e olhar do outro lado da Rua e ver a agonia de um prédio em franca demolição onde antes era um grande centro de lazer da população, de bailes glamorosos, de brincadeiras dançantes, de reuniões, de jantares e desfiles de debutantes da sociedade penapolense o Esporte Clube Corinthians que aos poucos desmancha-se juntamente com as nossas saudades e ilusões. 

José Maria do Valle, Penápolis/SP, por e-mail

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