25/04/2015

O vinho...
...e a Páscoa dois armisticios de uma fusão como a fome e o poder - tão antigos como o próprio gênese. Deus legou-o aos homens acompanhando-os através de suas emoções sensoriais afetivas, de fatos e feitos. Atravessou eras, brindou guerras e mesmo "ázimo" amargou derrotas, dos Átilas todos e dos Áquilas ferozes, com seus algozes e seus comparsas. Espumou taças, ricas pelos encantos das "Cleópatras", esvaziou canecos pelos "Alexandres" afora - impunes, absolutos e grandes. Segregou Tebas, misteriosa, com suas sete chaves, sete portas caladas - mortas. Campeou todas as idades médias dos tempos irreparáveis. Refugiado, guardado nas adegas do "holocausto vermelho", desapareceu na lama sanguinária e covarde de seus propósitos. E o mundo chocado vai se redimindo. Como se redimiu o grande Davi, bíblico, esperado e amado por seu povo, quando encaminhou seu fiel escudeiro Urias na frente da luta armada e que perecendo, possuiu Bethisabá, sua bela esposa. Arrependido ante as próprias leis, penitenciou-se até o fim de sua vida, recitando salmos de seu filho Salomão - o justo, o sábio - que se tornara rei... (o Senhor é meu pastor e nada me faltará). E o vinho, agora divino, não faltou na taça da memorável ceia do unigênito filho do pai "Criador". Levantou-o dizendo aos seus seguidores com a mesma força de suas palavras parabólicas: Este é o meu sangue que será derramado por vós, bebei  em memória de mim, pela remissão dos pecados; e murmurando - Amaivos uns aos outros como sempre vos amei.

Maria Cândida - vó, Penápolis/SP, por e-mail