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22/10/2024
Música Sertaneja: Poeta Biá
Amigo amante da música sertaneja hoje você vai conhecer um pouco sobre a história do saudoso Biá. Com ajuda da jornalista Sandra Peripato, grande pesquisadora cultural.
Sebastião Alves da Cunha, o Sabiá e, posteriormente, o Biá, nasceu em Coromandel, no estado de Minas Gerais, em 26 de novembro de 1927, e faleceu em São Paulo/SP no dia 02 de setembro de 2006.
Após algum tempo trabalhando como garimpeiro, Sebastião iniciou a carreira artística em Araguari/MG no ano de 1947, formando o trio “Sabiá, Canarinho e Albertinho”, junto com seu irmão Elias e o acordeonista paulista Alberto Calçada (Alberto de Souza Calçada, nascido em São Paulo/SP no dia 06 de agosto de 1929 e falecido também na capital paulista no dia 29 de julho de 1983).
Seu irmão Elias mais tarde integrou o “Trio Gaúcho”, com o nome artístico Gauchito.
O Trio “Sabiá, Canarinho e Albertinho” atuou na Rádio Araguari até 1950, ano em que os três músicos seguiram para a capital paulista e passaram a se apresentar em diversos programas, como “Hora dos Municípios” (de Blota Junior na Rádio Record) e “Arraial da Curva Torta” (do Capitão Furtado na Rádio Difusora). No mesmo ano, Sebastião resolveu encurtar o nome artístico Sabiá para Biá.
O trio, porém acabou por se desfazer e Biá formou então em 1952, dupla com Diogo Mulero, o Palmeira, que fez sucesso durante oito anos.
Palmeira e Biá foram contratados pela Rádio Piratininga para o programa que ia ao ar todas as terças-feiras às 21 horas. E a dupla era também acompanhada pelo acordeonista Alberto Calçada. No primeiro ano de existência, a dupla chegou a gravar 10 discos 78 rpm.
Entre os grandes sucessos da dupla “Palmeira e Biá”, destacamos “Garimpeiro do Brasil”, “A Voz dos Sinos”, “Baião da Serra Grande”, “O Milagre de Tambaú”, “Couro de Boi”, “Disco Voador”, além do bolero “Boneca Cobiçada”, que foi gravado em 1956.
Inusitado, para a época, incluindo novas temáticas, arranjos e instrumentação, esse bolero sertanejo que Biá compôs em parceria com Euclides Pereira Rangel (o Bolinha), permaneceu por mais de 10 semanas nas paradas de sucesso, tendo vendido mais de 500 mil cópias, ocasião na qual Palmeira foi nomeado Diretor Artístico dos discos sertanejos da RCA.
Esse bolero tornou-se um clássico não só na música sertaneja, mas também na MPB de um modo geral, já que também foi gravado por diversos artistas, como Carlos Galhardo, além de ter dado origem a um filme homônimo.
Biá chegou a formar com seu conterrâneo Goiá, a dupla “Biá e Goiá” na década de 50, na capital paulista, ocasião em que o compositor Goiá já havia deixado o Trio “Goiá, Goiazinho e Zé Micuim” e também já havia trocado Goiânia/GO pela capital paulista.
Em 1961, Sebastião passou a cantar em dupla com seu outro irmão, o Sílvio, a dupla “Biá e Biazinho”, com quem gravou o LP “Relíquias Sertanejas”. No ano seguinte, Biá gravou na Chantecler um LP no qual fez uma dupla com ele mesmo: “Um Cantor em Duas Vozes”, tendo usado o nome de Sid Biá. Mais tarde, junto com Dorinho, Biá formou a dupla “Biá e Dorinho”.
Biá também atuou na Rádio Nacional de São Paulo, com o conjunto “Biá e Seus Batutas” (formado por Biá, Sirley e Gonzales), ocasião na qual gravou também o LP “Os Grandes Sucessos de Palmeira e Biá”, na gravadora Cantagalo, onde Biá trabalhou também como Diretor Artístico. Esse conjunto voltou a se reunir em 1982, a convite do Selo Rodeio da gravadora Warner Music, para a gravação de mais um LP.
Em 1972 Biá formou com Dino Franco, a famosa dupla “Biá e Dino Franco”, com quem gravou 06 LPs, destacando-se as músicas “Cruz do Meu Rosário”, “Missão de um Repórter”, “Encontro de Poetas”, “Travessia do Araguaia”, “Pedaço de Poema”, “O Erro do Médico”, “O Certo da Vida” e “Que Será de Nós”. A dupla durou até o ano de 1979, quando Dino Franco resolveu encerrar a carreira artística, ainda que de forma temporária, já que em 1981, Dino Franco já havia formado dupla com Mouraí.
Biá foi ainda produtor sertanejo da Rádio Tupi de São Paulo (a qual fechou suas portas em 1980); e, na Rádio Imprensa FM de São Paulo, Biá apresentou, de 1984 a 1986, um programa que foi, por sinal, o primeiro programa sertanejo numa emissora FM em todo o Brasil.
Um acidente doméstico, no entanto, fez com que Biá interrompesse em definitivo sua carreira artística, no ano de 1987.
Faleceu em São Paulo/SP no dia 02 de setembro de 2006, vítima de diabete crônica. Semana que vem tem mais curiosidades e histórias da nossa música sertaneja, grande abraço.
(*) LUIZ HENRIQUE PELÍCIA (Caipirão) tem o programa “Clube do Caipirão” transmitido para mais de 450 rádios em todo o Brasil diariamente. Apresenta de segunda a sábado das 04h às 08h da manhã o programa “Diário no Campo” pela FM DIÁRIO 89,9 de São José do Rio Preto/SP. Caipirão escreve às terças-feiras para o jornal DIÁRIO DE PENÁPOLIS.
Luiz Henrique Pelícia (Caipirão) (*)
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