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09/10/2024

A voz do povo é a voz de Deus?

Imagem/Arquivo Pessoal
Detalhes Notícia

A frase que dá título a este artigo tem origem no latim: “Vox Populi, vox Dei”. Durante milênios, acreditou-se que o julgamento popular refletia a voz de Deus. No entanto, penso que nos dias atuais não podemos afirmar que isso seja sempre a verdade. Quando Jesus Cristo foi preso pelos judeus e levado ao Sinédrio para ser julgado por Pilatos, consultado o povo optou pela crucificação do Filho de Deus e pela liberdade de Barrabás. Ao considerar as eleições no Brasil, diante de um sistema que, a meu ver é deformado e tendencioso, nem sempre os eleitores escolhem os melhores candidatos. 
O que significa culturalmente para a população o poder político? Como os eleitores interpretam as informações que recebem, especialmente em uma era em que a cibernética — ciência que estuda comparativamente os sistemas de controle automático, regulação e comunicação — desempenha um papel central no Brasil e no mundo? No passado, campanhas eleitorais dependiam principalmente de jornais, santinhos, sons nas ruas, panfletos, rádios e televisões. Hoje, a inteligência artificial e as redes sociais dominam o cenário. 
Nesta eleição, ficou evidente que os absurdos das “fakes News” continuaram a influenciar negativamente o discernimento político dos eleitores. Em diversas cidades no país, a corrupção eleitoral foi absurda. Segundo o TSE, foram registradas 300 ocorrências e houve a apreensão de 1,7 milhão de reais que seriam utilizados nas compras de votos.
Outro problema notável foi o baixo nível de formação de boa parte dos candidatos a vereadores e prefeitos, que demonstraram total desconhecimento das atribuições dos cargos que pretendiam ocupar, se eleitos. Nos debates entre candidatos a prefeito e nas propagandas eleitorais, foram apresentadas propostas absurdas, muitas completamente fora das competências dos cargos, sem qualquer análise dos recursos financeiros disponíveis ou do nível de endividamento dos municípios. 
Em um município de médio porte, na região araraquarense, um candidato a prefeito prometeu criar uma moeda municipal própria para a cidade e fundar um banco municipal que emprestaria dinheiro à população sem cobrar juros. Esse mesmo candidato afirmou que implantaria internet Wi-fi gratuita de qualidade em toda cidade. Teve somente 32 votos, comprovando que os eleitores não são idiotas. 
Em uma cidade da região de Ribeirão Preto, um candidato a vereador, em um município com apenas 40 mil habitantes, prometeu propor uma lei criando um time para disputar a Série A do Campeonato Brasileiro de Futebol, uma promessa absurda totalmente fora das competências de um vereador. 
Em Penápolis, acredito que o adágio “A voz do povo é a voz de Deus” se confirmou nesta eleição. Gostaria de parabenizar nosso jovem prefeito eleito, Caíque Rossi, que, em uma campanha muito polarizada entre ele e o segundo colocado, Benone Soares de Queiroz Júnior, o Caíque venceu com 2,35% de vantagem, o que, a meu ver, valorizou ainda mais sua vitória numa disputa acirrada. 
Esse jovem é muito carismático e tem grande capacidade de atrair, inspirar e influenciar as pessoas ao seu redor, especialmente as mais humildes que vivem na periferia da cidade. No Dia de Finados, em 2023, eu estava no cemitério e presenciei o Caíque chegando para visitar os túmulos dos seus familiares. Ele mal conseguia caminhar devido à quantidade de pessoas que queriam abraçá-lo e tirar selfies. Sempre sorridente e calmo, ele abraçava a todos e a todas, chamando muitos pelos nomes.
Na minha opinião, independentemente de partido, Caíque foi e continuará sendo um bom prefeito para Penápolis. As pessoas reconhecem que ele é muito popular na periferia da cidade, lembrando o saudoso Dr. Ramalho Franco e nesse caso, penso que, na eleição de Penápolis, o adágio “A voz do povo é a voz de Deus”, se fez presente mais uma vez.

(*) Walter Miranda, graduado em Economia e Contabilidade; mestre em Ciências Contábeis pela PUC/SP; pós-graduado em Gestão Pública pela UNESP/Araraquara. Militante da CSP CONLUTAS Central Sindical e Popular

Walter Miranda (*)



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