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14/11/2023
Música Sertaneja: Luizinho, Limeira e Zezinha
Amigo amante da música sertaneja hoje você vai conhecer um pouco da história da história do “Trio Orgulho do Brasil” Luizinho, Limeira e Zezinha. Agradecendo sempre nossa amiga Sandra Peripato pelo apoio e pesquisas.
Luís Raimundo, o Luizinho nasceu em São Paulo/SP em 1916 e faleceu também na capital paulista em 19 de maio de 1983. Seu irmão Ivo Raimundo, o Limeira também é paulistano e nasceu em 30 de agosto de 1924, e faleceu em Sorocaba/SP em 10 de janeiro de 2010. Carmela Bonano, a Zezinha, também nasceu em São Paulo/SP no dia 16 de janeiro de 1928 e faleceu em Perdizes/SP em 11de maio de 2002.
Luizinho iniciou sua carreira artística no ano de 1939 cantando em dupla com Mariano (o mesmo da dupla Caçula e Mariano, que fazia parte da Turma Caipira de Cornélio Pires). Desfeita a dupla com Mariano, Luizinho passou a cantar em dupla com Diogo Mulero, o Palmeira, no período que se estendeu de 1946 a 1952.
Palmeira e Luizinho foram então contratados pela Rádio Tupi de São Paulo, e pela gravadora Continental, na qual lançaram o primeiro disco com as músicas “Cavalo Preto” e “Boiadero Bão”. Na mesma gravadora também fizeram sucesso com os clássicos “Burro Picaço”, “Baldrana Macia” e “Paraná do Norte”.
Em 1951 Palmeira e Luizinho foram para a RCA Víctor, gravadora na qual também gravaram alguns dos seus maiores sucessos, como “Chão de Minas”, “Chofer de Estrada”, “O Crime de Maringá” e “Bom Jesus de Pirapora”. No mesmo ano, com a acordeonista Carmela Bonano, a Zezinha, formaram um trio que logo se desfez.
A dupla Palmeira e Luizinho foi, por sinal, a que lançou o gênero musical conhecido como moda campeira, cujas letras falam de situações na vida do campo, tendo o acordeon como o principal instrumento musical; o violão e a viola acompanham o acordeon numa batida semelhante à do rasqueado.
A dupla se desfez em 1953, no entanto Palmeira e Luizinho chegaram a se reunir novamente em 1956 tendo gravado um disco 78 rpm na RCA contendo “Doutor Promessa” e “Boliviana”, esta última com a participação da cantora Marlene Simões.
Quando a dupla se desfez, Palmeira passou a cantar com Biá, e Luizinho formou dupla com Waldemar de Franceschi, o Nenete (que havia cantado antes na dupla “Nenete e Ditinho” e também no “Trio Saudade”, com Ninão e Nininho).
Nenete adotou o nome artístico de Limeira na dupla com Luizinho, com quem cantou durante um ano, de 1952 a 1953 e, nessa formação, a dupla Luizinho e Limeira atuou nos programas “Imagens do Sertão” e “Alma da Terra” na Rádio Tupi de São Paulo. Após a dupla com Luizinho, Waldemar adotou novamente o nome artístico de Nenete e formou com Isidoro Cunha a dupla Nenete e Dorinho.
O nome artístico Limeira já foi adotado por diversos artistas sertanejos, inclusive o compositor Sulino.
Com essa formação (Luís Raimundo e Waldemar de Franceschi), Luizinho e Limeira gravaram 10 discos 78 rpm.
Desfeita a dupla com Nenete, em 1954, Luizinho convidou seu irmão Ivo Raimundo para substituir o Waldemar, tendo mantido o mesmo nome da dupla “Luizinho e Limeira”.
A dupla, a partir de então, passou a ser oficialmente um trio, com o acompanhamento de acordeon de Carmela Bonano, a Zezinha, que já havia acompanhado a dupla Palmeira e Luizinho e também a dupla de Luizinho com Waldemar de Franceschi. E a nova formação passou a se chamar “Luizinho, Limeira e Zezinha”.
Luizinho, Limeira e Zezinha não possuíam cachê fixo, como era comum na época e costumavam receber 50% da bilheteria nos locais onde se apresentavam, que eram em geral circos e circos-teatros.
Em 1956, Luizinho, Limeira e Zezinha conquistaram o Prêmio Roquette Pinto (o mais cobiçado prêmio do rádio brasileiro). E em 1958 o Trio Orgulho do Brasil ganhou o “Troféu Viola Dourada” como melhor trio. E Zézinha também ganhou o prêmio como melhor sanfoneira.
Luizinho foi contratado como diretor artístico do núcleo sertanejo da Odeon no ano de 1958. Sendo na época uma das maiores fábricas de discos no Brasil, a mesma ainda não tinha um elenco sertanejo. No dia 24 de setembro de 1960, numa apresentação no Circo-Teatro Estrela Dalva na cidade de Itanhaém/SP, Zezinha abria a apresentação do trio. Como era de costume, ela introduzia o show cantando sozinha a primeira música, acompanhada de seu acordeon, quando um sujeito por nome Edmundo Freire, invadiu a cena e esfaqueou-a, ferindo-a na mão, na perna e no pé, além de 11 furos no fole do acordeon. Edmundo queria ser o marido de Zezinha e declarava que se ela não ficasse com ele, não ficaria com mais ninguém.
A “Imperatriz da Harmônica” levou quase dois meses para se recuperar dos ferimentos e do susto. Esse atentado passou a fazer parte da história do trio, tendo originado um de seus maiores sucessos que foi “O Crime do Circo”, música essa que acabou se transformando também numa peça teatral.
Luizinho, Limeira e Zezinha também apresentaram as peças “Pedro Feio” e “O Menino da Porteira”, cujo tema composto por Teddy Vieira e Luizinho foi sem dúvida o maior sucesso da dupla inicial e também do trio.
Também foram grandes sucessos de Luizinho, Limeira e Zezinha, as músicas “Pretinho Sabiá”, “Pé na Tábua”, “Romaria”, “Pretinho Aleijado”, “Lenço Preto”, entre outras.
Com câncer na garganta, um grave problema respiratório emudeceu Luizinho, que faleceu em 1983. E, com isso o trio se desfez para sempre, já que, após o falecimento de Luizinho, Zezinha se afastou totalmente da vida artística.
Limeira passou a dar aulas sobre produtos cosméticos, enquanto que Zezinha se aposentou, tendo se mudado para Perdizes/SP, onde veio a falecer em 11 de maio de 2002.
Limeira faleceu em 10 de janeiro de 2010. Amigos, semana que vem tem mais sobre a nossa música brasileira, grande abraço.
(*) LUIZ HENRIQUE PELÍCIA (Caipirão) tem o programa “Clube do Caipirão” transmitido para mais de 200 rádios em todo o Brasil diariamente. Apresenta de segunda a sábado das 05h às 08h da manhã o programa “Diário no Campo” pela FM DIÁRIO 89,9 de São José do Rio Preto/SP. Caipirão escreve às terças-feiras para o jornal DIÁRIO DE PENÁPOLIS.
Luiz Henrique Pelícia (Caipirão) (*)
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