30/05/2023

Música Sertaneja: Moreno & Moreninho

Amigo amante da música sertaneja hoje vamos conhecer um pouco da história da dupla Moreno e Moreninho.
Agradecendo nossa amiga jornalista e pesquisadora Sandra Peripato do Recanto Caipira pelo apoio e pesquisas.
Pedro Cioffi, o Moreno, nasceu em Machado, no estado de Minas Gerais, no dia 27 de novembro de 1925, e faleceu em Poços de Caldas/MG, no dia 14 de dezembro de 1995. João Cioffi, o Moreninho, nasceu em 29 de setembro de 1927, também na cidade de Machado/MG, e faleceu em Campinas/SP, no dia 23 de abril de 2008.
Trabalharam bastante no campo durante a infância, e gostavam da viola e da música caipira. Houve melhora na situação financeira na década de 40 quando a família se mudou de Machado para Poços de Caldas, onde os irmãos Cioffi foram charreteiros, donos de cavalos de aluguel e também negociantes.
Pedro e João Cioffi iniciaram a carreira artística na Rádio Cultura de Poços de Caldas/MG, onde permaneceram por quase 5 anos. Foram eles os primeiros a divulgar a nossa música folclórica no rádio, o que antes só era feito pelos foliões, nas Congadas e Folias de Reis.
No início da década de 50, Moreno e Moreninho trocaram Poços de Caldas pela capital paulista, onde passaram a se apresentar na Rádio Record, na qual permaneceram por bastante tempo. E foi em 1953, no Rio de Janeiro/RJ que a dupla gravou o primeiro disco 78 RPM, pela gravadora Sinter, com as músicas “Namoro Moderno” e “Nossa Senhora Aparecida”.
Em 1954, Moreno e Moreninho apresentaram um espetáculo de “Folia de Reis”, com um grupo autêntico de foliões, no Teatro Municipal de São Paulo, casa de espetáculos privilegiada para Concertos Sinfônicos e Óperas. Moreno e Moreninho foi a primeira dupla sertaneja a se apresentar nesse Teatro, o mesmo onde, no final da década de 70, Tonico e Tinoco também apresentaram o espetáculo “Da Beira da Tuia Ao Teatro Municipal”.
Em 1956, Moreno e Moreninho gravaram e fizeram bastante sucesso com a Congada “Treze de Maio”.
A família Cioffi teve cinco irmãos que fazem parte da história da música caipira: as duplas Moreno e Moreninho (Pedro e João Cioffi), Riachão e Riachinho (Vitório e Orlando Cioffi) e também o Catireiro (Omero Cioffi).
No ano de 1959, Moreninho, por motivos particulares, deixou por algum tempo a dupla e seguiu de volta para Poços de Caldas. Moreno chegou ainda a fazer algum sucesso cantando em dupla com Paraguai e, mais tarde, com Adolfinho.
Moreninho também formou dupla com Minuano em 1963, a qual durou dois anos. Moreninho procurou novamente o irmão Moreno e a dupla “Moreno e Moreninho” voltou a existir por mais algum tempo.
Em 1973, Moreno e Moreninho também participaram do filme “No Rancho Fundo”, de Osvaldo de Oliveira, no qual interpretaram “Casa da Mãe Joana” e “Sanfona Furada”.
Moreno e Moreninho lançaram ainda o método de Viola Caipira “No Braço da Viola” e também participaram do lançamento da revista e também da gravadora “Paisagem Sertaneja” cujo secretário geral era José Carlos Cioffi. Moreno também foi proprietário da loja de discos e instrumentos musicais “Nobreza”, que ficava na Rua dos Protestantes nº 154, próxima ao Jardim da Luz na Capital Paulista.
Com o falecimento de Moreno em 1995, Moreninho formou dupla com sua filha Morena (Ivone Cioffi Monteiro, nascida em Poços de Caldas/MG). “Morena e Moreninho” gravaram 5 CD’s, tendo iniciado em 1999 com o CD “Abrindo Novos Caminhos”.
Moreno e Moreninho foi a dupla que cultivou ao longo de toda a sua carreira um repertório voltado para o nosso Folclore, com ritmos como Folia de Reis, congada, catira, toada, cururú, rasqueado, recortado, xote e Folia do Divino, além da autêntica moda de viola. Entre seus maiores sucessos, destacamos “Treze de Maio”, “Milagre da Rede”, “Divino Espírito Santo”, “O Caipira que Foi na Lua”, “São Gonçalo”, “Alma de Caboclo”, “Conquista da Lua”, “João Boiadeiro”, “Alvorada Cabocla”, “Rei Pelé”, “Princesa Izabel”, “Casamento do Caipira”, “Pedaço de Figura”, entre outros.
Moreninho faleceu na madrugada de 23 de abril de 2008, enquanto dormia, em sua residência em Campinas/SP, vítima de angina e seu corpo foi sepultado em Poços de Caldas/MG.
Amigos semana que vem tem mais sobre a nossa musica brasileira, grande abraço.

 

(*) LUIZ HENRIQUE PELÍCIA (Caipirão) tem o programa “Clube do Caipirão” transmitido para mais de 200 rádios em todo o Brasil diariamente. Apresenta de segunda a sábado das 05h às 08h da manhã o programa “Diário no Campo” pela FM DIÁRIO 89,9 de São José do Rio Preto/SP. Caipirão escreve às terças-feiras para o jornal DIÁRIO DE PENÁPOLIS.

Luiz Henrique Pelícia (Caipirão) (*)