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ARTIGOS

11/05/2023

Literatura versus ChatGPT

Imagem/Arquivo Pessoal
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ChatGPT é uma ferramenta dotada de inteligência artificial (IA), capaz de produzir textos sobre diversos assuntos e resolver tarefas programadas. Na matéria do jornal O Estado de São Paulo de 02 de abril de 2023, sobre cultura e comportamento, autores foram ouvidos sobre essa tecnologia e disseram não acreditar que ela gere textos que possam substituir a criatividade humana. Para alguns escritores, conforme a matéria, com o uso dessa tecnologia o autor pode “ficar tentado a plagiar ideias” e ela não seria capaz de suplantar a sensibilidade humana. Parece correta a análise dos literatos consultados na matéria sobre essa forma de inteligência artificial. Um robô não se equipara ao ser humano, que possui cognição, sentimento, relaciona-se com outras pessoas, animais e plantas. Robô não possui dor física ou emocional, não sabe o que é ser feliz, não conhece frustação, não sabe o sentimento do nascer de um filho ou da perda de um ente querido. Como poderia a IA escrever poemas, como Fernando Pessoa, em Mar português, se não tem sentimento ou vivência no mundo real? Como poderia essa ferramenta interagir com personagens ou buscar a psicologia e a contradição entre eles, como Machado de Assis? Como a IA poderia criar tragédias shakespearianas ou Os Miseráveis de Victor Hugo? Como poderia essa ferramenta criar a literatura de cordel e as novelas brasileiras? Como a IA poderia compor músicas como Cartola, Vinicius de Moraes e tantos outros? O samba enredo de 1998, Quase no ano 2000, num de seus trechos, não à toa, trouxe o prenúncio de “máquinas sem sentimentos”. Longe de ser refratário à tecnologia, a qual auxilia em muito autores e escritores na divulgação de suas ideias e obras. Mas, cada coisa no seu lugar. A literatura não pode ser reduzida ou comparada a uma ferramenta que caça palavras e as associa, conforme uma programação. Seria o início da profecia de George Orwell, em 1984, em que os livros eram produzidos por máquinas do governo, para não deixar o povo pensar? Yuval Harari, historiador, alerta que o uso da IA para o mal pode formar governos de ditaduras digitais, com o controle absoluto das pessoas. O risco, porém, está na intenção de quem controla a tecnologia (governo e as grandes empresas do ramo). Elon Musk disse que a IA pode ser o instrumento de “destruição da civilização”, ou seja, “o criador renegando a criatura”. Assim, definitivamente, quanto ao ChatGPT, robô não pode produzir literatura, porque não tem criatividade, crítica, sentimento, amor, fé e alma. Robô, cediço, não é gente, é despido de inspiração ou ideias. Porém, de qualquer modo, temos que conviver e saber lidar com a inteligência artificial.

(*) Adelmo Pinho é promotor de Justiça do Tribunal do Júri em Araçatuba/SP. Este articulista escreve periodicamente para o jornal DIÁRIO DE PENÁPOLIS. E-mail: adelmopinho@terra.com.br

Adelmo Pinho (*)



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