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ARTIGOS
23/03/2023
Ganho R$ 1.900,00 e sou isento de imposto

Está chegando a hora de prestar contas com o Leão do Imposto de Renda e da Receita Federal, mas como ganho menos de R$ 28.000,00 por ano, sou ISENTO DE IMPOSTO.
Com este salário fui no mercado e fiz a compra do mês. Comprei 3 pacotes de arroz, 3 de feijão, 2 litros de óleo, 1 caixinha de cerveja (ninguém é de ferro), 1 pacote de café, 5 quilos de açúcar, 4 litros de guaraná para as crianças, 5 sabonetes, 1 creme dental, 4 latas de milho e 2 de ervilha, 5 pacotes de macarrão, 1 gilete para fazer a barba/raspar a perna etc. (divido com a mulher), 2 pacotes de farinha de trigo, um vidro de maionese, 2 creme de leite, 1 vinagre, 4 quilos de frango, 1 cartela com 30 ovos, 3 caixinhas de gelatina, 1 margarina, 2 litros de pinga (escondido da patroa), 1 chuveiro elétrico, já que o nosso queimou ha alguns meses, mas o frio está pra chegar, 8 rolos de papel higiênico, 1 shampoo que também dividimos, apesar dos cabelos serem bem diferentes, 1 creme de cabelo para a patroa, 1 desinfetante, 2 detergente e mais algumas coisinhas.
Levei a lista de compras comigo para que não saísse fora do orçamento, inclusive a esposa havia passado dias antes no mercado e tirado foto dos produtos que ela queria, justamente para que não comprasse nada errado.
Gastei R$ 1.359,50 no mercado e chegando em casa fui conferir a compra e comparar com o preço da nota fiscal de compra, ai levei um susto, e não foi pequeno!
Comparando as fotos que a mulher tirou, vi que nas etiquetas vem impresso o percentual de imposto embutido em cada produto, coisa que não havia reparado até então.
Percebi que o absorvente e sabonete que comprei tem 35% de imposto, que o arroz, o feijão e a farinha tem 21% de imposto, o aparelho de barbear 41% de imposto, os cosméticos 55% é de imposto, já o shampoo tem 44% e o sabonete 31%.
O susto mesmo foi na cachaça quando percebi que 82% é do governo, e a cachaça mesmo custa só 18%. O refrigerante e a cerveja 45% é imposto, quase metade.
Somando todos os IMPOSTOS EMBUTIDOS nos produtos que adquiri na compra do mês, cheguei a seguinte conclusão:
A compra corresponde a 61,2% e o imposto a 38,8%, ou seja, os produtos custaram R$ 832,00 e o governo cobrou de imposto nestes produtos que comprei o valor de R$ 527,50.
Finalizando os gastos do mês, paguei as contas de agua, luz e o crédito para o celular, a luz ficou em 128,00 e vi que 48,28% é imposto, e a energia foi só 51,72% já a agua paguei R$ 45,00 onde 24% foi de imposto. O telefone celular coloquei R$ 35,00 de crédito pra mim e R$ 35,00 para a esposa e vi que foi mais 46% de imposto.
Faltou pagar o aluguel de R$ 650,00, mas percebi que sobrou apenas R$ 297,50 para isso.
Refiz todas as contas e cheguei a conclusão que dos R$ 1.900,00 que ganhei, gastei de fato R$ 1.162,80 com produtos e serviços, e tive que pagar para o governo mais R$ 737,20 em imposto. Quase 40% do que recebi ficou para o governo.
Vou ter que fazer hora extra de novo, e pedir para o patrão pagar por fora, senão vou acabar perdendo a ISENÇÃO e tendo que pagar imposto de renda, JÁ QUE SOU ISENTO, mas estou no limite da isenção e não posso ganhar mais que isso, senão vou ter que pagar imposto.
E pensar que em 1789 tivemos a Inconfidência Mineira pelo excesso de tributação, que na época era de 20%, e coroa portuguesa cobrava também 20% do ouro extraído no Brasil naquela época, diretamente das fundições que derretiam o ouro e transformavam em barras, dai a expressão dos QUINTO DOS INFERNOS, visto que todos pagavam 1/5 (um quinto) do que recebiam.
Nos Estados Unidos a tributação sobre o “CONSUMO” é de 17%, já no Brasil é de 43%. O pobre que “consome” todo seu salário acaba pagando muito mais imposto do que o rico, que consome proporcionalmente muito menos que o pobre sobre sua renda, dai a afirmação que o pobre no Brasil paga muito mais imposto do que o rico, o que percentualmente sobre sua renda, é verdade.
Consulte sempre um advogado especialista, seja para sua economia e para as melhores soluções tributárias.
(*) Eduardo Mendes Queiroz – Advogado – Especialista em Tributos. Atualmente mora em Araçatuba/SP. Escreve às quintas-feiras para o DIÁRIO DE PENÁPOLIS. E-mails: advocaciaeduardoqueiroz@gmail.com; eduque2000@gmail.com
Eduardo Mendes Queiroz (*)
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